Por Tyler Clifford
NOVA YORK (Reuters) - Uma ex-assistente de R. Kelly disse em depoimento nesta sexta-feira que uma vez o viu se envolver em atividade sexual com uma das mulheres a quem ele é acusado de abusar, enquanto promotores se preparam para apresentar o caso de tráfico sexual contra o cantor de R&B.
No 18º dia de depoimento no julgamento de Kelly no tribunal federal do Brooklyn, Cheryl Mack, mãe do produtor musical London on da Track, disse ter visto a mulher começar a massagear Kelly nos bastidores de um show em Connecticut, onde ele se apresentava.
"Essa foi a minha deixa para sair", disse Mack. "Eu estava muito desconfortável."
Ela contou que ao sair da sala teve um vislumbre da mulher movendo a cabeça em direção à virilha de Kelly.
Mack também disse que Kelly perdeu a paciência em 2015 após ela supostamente arruinar uma festa surpresa de aniversário para a ex-estilista Kash Howard, e a fez assinar uma "carta de desculpas" que incluía alegações falsas de que teria aceitado propina de agentes de agendamento.
"Pedi desculpas por medo", disse Mack.
Várias testemunhas afirmaram em depoimento que Kelly as obrigou a escrever cartas de desculpas, supostamente para absolvê-lo de má conduta.
Kelly, de 54 anos, se declarou inocente das acusações sobre suposta preparação e predação de mulheres e meninas desde meados da década de 1990, quando chegou ao estrelato na música, incluindo o sucesso de 1996 "I Believe I Can Fly".
O cantor, cujo nome completo é Robert Sylvester Kelly, enfrenta uma acusação de extorsão e oito acusações de transporte ilegal de pessoas através das fronteiras estaduais para prostituição.
Segundo o indiciamento, Kelly abusou de seis mulheres e meninas menores de idade, incluindo a cantora Aaliyah, com quem ele se casou ilegalmente em 1994 quando ela tinha 15 anos. Aaliyah morreu em um acidente de avião em 2001.
(Reportagem de Tyler Clifford em Nova York)