Por Khalid Abdelaziz e Nafisa Eltahir
CARTUM (Reuters) - O exército do Sudão disse neste sábado que estava ajudando a retirada de estrangeiros do país após uma semana de conflito que matou centenas de civis, mesmo enquanto suas forças armadas lutavam contra rivais paramilitares em Cartum, inclusive com ataques aéreos.
A declaração, citando o chefe do exército Abdel Fatteh al-Burhan, veio após promessas do líder rival das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, de abrir aeroportos para evacuações.
Até agora, os dois lados falharam em observar o cessar-fogo acordado quase diariamente desde o início das hostilidades em 15 de abril, incluindo uma trégua de três dias para permitir que os cidadãos cheguem em segurança e visitem a família durante o feriado muçulmano de Eid al-Fitr.
Qualquer interrupção nos combates no sábado pode acelerar uma corrida desesperada de muitos moradores de Cartum para fugir depois de passar dias presos em suas casas ou distritos locais sob bombardeio e com combatentes perambulando pelas ruas.
Com o aeroporto fechado e os céus inseguros, milhares de estrangeiros - incluindo funcionários da embaixada, trabalhadores humanitários e estudantes em Cartum e em outras partes do terceiro maior país da África - também não conseguiram sair.
No entanto, o exército disse que vários países retirariam diplomatas e outros cidadãos "nas próximas horas", com sauditas e jordanianos saindo via Port Sudan, a 650 km de Cartum.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz em Cartum e Nafisa Eltahir, Hatem Maher e Aidan Lewis no Cairo; texto de Angus McDowall)