BRASÍLIA (Reuters) - No dia em que seu indicado para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, passa por sabatina no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar dos juros altos, mas sem o tom de crítica que costuma empregar ao tratar do BC sob o comando de Roberto Campos Neto.
"Eu estou muito feliz, porque a economia está razoável, a taxa de juros está mais alta, mas ela haverá de ceder, temos a inflação controlada, temos a massa salarial crescendo, temos o emprego crescendo", disse.
Galípolo, hoje diretor de Política Monetária do BC, precisa ser aprovado nesta terça pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e depois pelo plenário da Casa para assumir o cargo. A expectativa do governo é que não haverá grandes dificuldades e o diretor assumirá a presidência do banco a partir de janeiro.
Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) aumentou a taxa Selic para 10,75% com voto unânime dos diretores, incluindo Galípolo, que é bastante próximo a Lula.
Em discurso durante evento no qual sancionou a lei de criação do combustível do futuro, uma série de incentivos para desenvolvimento de alternativas a combustíveis fósseis e para a transição energética no país, Lula defendeu que o Brasil é um dos países, hoje, mais estáveis do mundo.
"Hoje tem pouquíssimos países com a estabilidade que tem o Brasil. Tem pouquíssimos com o crescimento, que vai chegar a 3,5% este ano, como o Brasil", disse Lula, que contou ter procurado as três principais agências de rating, em Nova York, para entender os critérios usados para definir grau de investimento.
"Alguns dizem que é sorte. Eu digo que é muito trabalho e dedicação desses ministros, foi muita competência da Câmara e do Senado em votar as coisas que precisamos", continuou.
(Por Lisandra Paraguassu, em Brasília)