BRASÍLIA (Reuters) - O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, não vai mais comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos (BAC) do Exército, uma unidade militar especializada sediada em Goiânia, informou a Força após reunião do novo comandante Tomás Paiva com o alto comando nesta terça-feira.
Um dos assessores mais próximos de Bolsonaro no governo, Cid fora nomeado no ano passado para assumir o posto de comando em Goiânia e iria assumir a unidade de elite do Exército no próximo mês.
A insistência em manter a escolha de Cid para o cargo foi um dos motivos para que o ex-comandante do Exército Júlio César Arruda fosse demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sábado, segundo uma fonte do Ministério da Defesa.
Sob o novo comandante Tomás Paiva, o Exército informou nesta terça que Cid não assumirá mais a posição. "O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid encaminhou requerimento ao Gabinete do Comandante do Exército solicitando adiamento do comando, e o pedido foi deferido", disse a Força em comunicado.
Mais cedo, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, havia dito que o tenente-coronel não deveria assumir o posto para o qual fora nomeado enquanto está sob investigação por suspeitas de irregularidades na utilização dos cartões de crédito corporativos da Presidência da República.
"Isso é o que nós estamos entendendo (que Cid não tomará posse enquanto for investigado)", disse Múcio, em entrevista à GloboNews, quando indagado se esse será o procedimento adotado por Tomás Paiva.
"Tenho certeza absoluta que se tiver algum fato comprovado isso deverá ser adiado, postergado, alguma coisa vai acontecer", acrescentou.
Cid também é alvo de investigação em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), juntamente com Bolsonaro, por ter ajudado a divulgar em uma live um inquérito sigiloso que investigava a segurança das urnas eletrônicas.
(Reportagem de Ricardo Brito; Edição de Pedro Fonseca)