Por Julien Pretot
AL KHOR, Catar (Reuters) - Didier Deschamps fez apenas uma substituição no final da vitória da França sobre a Inglaterra por 2 x 1 nas quartas de final da Copa do Mundo no sábado, mas os atuais campeões contaram com uma força coletiva inabalável do grupo.
A principal fraqueza dos Les Bleus é a falta de soluções do banco e Deschamps apenas colocou Kingsley Coman no lugar de Ousmane Dembélé aos 34 minutos do segundo tempo, logo após Olivier Giroud cabecear para o que acabou sendo o gol da vitória no estádio Al Bayt.
Foi o suficiente, pois o capitão da Inglaterra, Harry Kane, perdeu um pênalti e Marcus Rashford chutou uma cobrança de falta no final por cima do travessão, e Giroud insistiu que os jogadores da França tiraram energia dos reservas.
"Trabalhamos todos juntos. Os caras do banco nos impulsionam muito", disse Giroud, maior artilheiro da França, de 36 anos, que já marcou quatro gols no Catar, em entrevista coletiva.
"Lembra-me o espírito de 2018. Espero ir o mais longe possível porque esta equipe merece coisas bonitas", acrescentou, referindo-se à campanha triunfante na Rússia, quando se aproveitaram da alegria coletiva ao longo do torneio.
"Tivemos a visita do ministro do esporte, do presidente da federação, mas também do (vencedor da Copa do Mundo de 1998) Lilian Thuram e do (vice-campeão da Copa do Mundo de 2006) Claude Makelele. Foi lindo ver todos esses rostos cheios de alegria, essas gerações celebrando juntas."
Deschamps, que venceu a Copa do Mundo como capitão da França em 1998 e como técnico em 2018, afirmou que a ótima atmosfera dentro da concentração francesa foi o que os ajudou a manter a compostura quando eram pressionados por um "excelente time da Inglaterra".
"Temos muitas qualidades, mas também muita força mental e experiência. Também tenho jogadores jovens, mas há uma força coletiva que impulsiona todo o grupo", afirmou.
"Em jogos importantes como o desta noite, é isso que faz a diferença."
A França está agora a caminho de se tornar o primeiro time a manter o título desde o Brasil em 1962, mas Deschamps se recusou a pensar além da semifinal de quarta-feira contra o surpreendente Marrocos, que é o primeiro time africano a chegar às semifinais de um Mundial.
"Há outras etapas e começa na quarta-feira. Vamos ficar felizes com o que fizemos esta noite, mesmo que não seja o suficiente. Pelo menos quebramos a maldição (do atual campeão)", acrescentou.
Os últimos quatro campeões mundiais da Europa não conseguiram nem passar da fase de grupos na Copa do Mundo seguinte.
Marrocos se classificou para as semifinais ao derrotar Portugal por 1 x 0 no início do sábado e será um osso duro de roer, tendo sofrido apenas um gol no torneio.
"O que esta seleção conquistou contra Bélgica, Croácia, Espanha, Portugal, só posso dizer bravo - aos jogadores, mas também ao técnico (Walid Regragui), à equipe", disse Deschamps.
"Não é mais uma surpresa vê-los aqui. Sempre dê crédito ao time que venceu e se classificou."