Por Alexandre Caverni
SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou 1 ponto percentual para cima e agora soma 49% das intenções de voto para o segundo turno da eleição presidencial contra 41% do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que manteve o mesmo patamar da semana passada, mostrou nesta quinta-feira nova pesquisa Genial/Quaest.
Os indecisos somam 4%, ante 7% na sondagem anterior, enquanto 6% disseram que votarão em branco ou nulo ou que não irão votar, em comparação aos 4% anteriores. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Em votos válidos, que não contam os brancos e nulos e os indecisos da pesquisa, Lula tem 54https://www.reutersconnect.com/api/preview/image/tag:reuters.com,2022:newsml_LYNXMPEI9B0P7:1/tag:reuters.com,2022:binary_LYNXMPEI9B0P7-VIEWIMAGE?dimensions=1100x1100% contra 46% de Bolsonaro, de acordo com a pesquisa.
Quando esses dados são ponderados em relação ao grupo de eleitores com maior probabilidade de comparecer no dia da votação (modelo chamado de "likely voter"), Lula aparece com 53% dos votos válidos contra 47% de Bolsonaro, segundo nota divulgada pela Quaest. Na semana passada, por esse modelo, o placar estava em 54% a 46%.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, explicou no Twitter que esse tipo de modelo já é utilizado por institutos norte-americanos há bastante tempo. Ele argumentou que muitas pessoas afirmam que irão votar, mas acabam não votando.
"É preciso criar um modelo que pondera o resultado pelas chances de cada indivíduo ir votar. O nosso modelo de likely voter foi construído a partir de dados do comparecimento real no 1º turno da eleição de 2022 e de pesquisas anteriores da Quaest", disse Nunes no Twitter.
Depois dos resultados oficiais do primeiro turno, os institutos de pesquisa têm sido alvo de críticas, especialmente de Bolsonaro e aliados, por terem subestimado os números do candidato à reeleição na primeira votação.
De acordo com o levantamento divulgado nesta quinta-feira, 93% dos eleitores de Lula disseram que seu voto é definitivo, ante 92% uma semana atrás. No caso de Bolsonaro, se repetiu a taxa de 94%.
Sobre os apoios conquistados pelos dois candidatos, 14% dos entrevistados disseram que eles fazem querer votar mais no petista, enquanto 6% afirmaram o mesmo sobre o atual presidente. Já 77% dos entrevistados disseram que os apoios não influenciaram na decisão de voto.
Após a votação do primeiro turno, Lula garantiu o apoio da senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na primeira votação; do PDT, de Ciro Gomes, ainda que o quarto colocado na disputa tenha se limitado apenas a acatar o apoio do partido; e de outras personalidades políticas e econômicas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
Já Bolsonaro conquistou o apoio do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) --o único dos três maiores colégios eleitorais do país onde Lula venceu no primeiro turno-- e de outros governadores e prefeitos, apostando mais na capilaridade desses aliados, assim como na de parlamentares eleitos para o novo Congresso.
No tópico rejeição, 50% disseram que não votariam em Bolsonaro, mesma taxa da semana passada, enquanto 42% disseram que não votariam em Lula, ante 41%.
A pesquisa também apontou que 39% dos entrevistados avaliam o governo Bolsonaro de forma negativa, contra 38% uma semana atrás, ao passo que 33% o veem positivamente, ante 35% antes. Para 26% o governo é regular, ante 25% há uma semana.
O levantamento do instituto Quaest contratado pela corretora Genial Investimentos ouviu 2.000 pessoas em entrevistas presenciais entre segunda e quarta-feira.