Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller
GAZA/JERUSÁLEM (Reuters) - Israel disse nesta quarta-feira que não está estabelecendo um cronograma para o fim dos ataques contra militantes palestinos em Gaza, e seus militares bombardearam o enclave com novos bombardeios aéreos, enquanto combatentes do Hamas dispararam mais foguetes através da fronteira.
Autoridades médicas palestinas disseram que 219 pessoas foram mortas em 10 dias de ataques aéreos, que destruíram ruas, edifícios e outros elementos da infraestrutura e pioraram a situação humanitária já severa em Gaza.
Autoridades israelenses estimam em 12 o número de mortos em Israel, onde ataques de foguetes recorrentes causam pânico e fazem as pessoas fugirem para abrigos. Esforços regionais e também liderados pelos Estados Unidos para a obtenção de um cessar-fogo se intensificam, mas até agora não tiveram sucesso.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não mencionou nenhuma interrupção dos combates em comentários públicos feitos durante uma reunião com embaixadores estrangeiros, dizendo que seu país está engajado em uma "dissuasão vigorosa" para evitar conflitos futuros com o Hamas.
Em comentários de uma sessão fechada de perguntas e respostas citados pela mídia israelense, ele disse: "Não estamos parados com um cronômetro. Queremos alcançar os objetivos da operação. Operações anteriores duraram muito tempo, então não é possível estabelecer um cronograma".
Em um ataque de 25 minutos de madrugada, Israel bombardeou alvos como túneis que seus militares disseram existir no sul da Faixa de Gaza e ser usados pelo Hamas, o grupo islâmico que governa o enclave.
Cerca de 50 foguetes foram disparados de lá, segundo os militares israelenses, e sirenes foram acionadas na cidade litorânea de Ashdod, ao sul de Tel Aviv, e em áreas mais próximas da fronteira de Gaza. Não surgiram relatos de ferimentos ou danos de madrugada, mas dias de disparos de foguetes perturbam muitos israelenses.
Quase 450 edifícios da densamente povoada Gaza foram destruídos ou seriamente danificados, incluindo seis hospitais e nove centros de atendimento de saúde primários, e mais de 52 mil palestinos foram deslocados, de acordo com a agência humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU).
As hostilidades são as piores em anos entre o Hamas e Israel e, à diferença de conflitos prévios em Gaza, ajudam a atiçar episódios de violência entre judeus e árabes nas ruas de cidades israelenses.
(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch)