(Reuters) - O Kremlin disse nesta quarta-feira que as diretrizes do Comitê Olímpico Internacional que permitem que atletas russos e bielorrussos disputem competições internacionais como neutros contêm "elementos de discriminação".
Atletas de Rússia e Belarus, aliada de Moscou, foram banidos da maioria das competições internacionais no ano passado por causa da guerra na Ucrânia, mas as orientações emitidas pelo COI na terça-feira buscam permitir seu retorno gradual ao esporte mundial.
Mas as diretrizes enfureceram as autoridades russas, que dizem que qualquer medida para privar os atletas de seus símbolos nacionais é discriminatória.
"Essas recomendações foram caracterizadas como contendo elementos de discriminação, o que é inaceitável", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres em uma teleconferência.
"Vamos continuar a defender os interesses dos nossos atletas de todas as formas possíveis."
O presidente do COI, Thomas Bach, afirmou na terça-feira que caberia às federações esportivas internacionais decidir quais atletas de Rússia e Belarus podem competir como neutros, ou seja, sem a bandeira nacional ou o hino do país.
De acordo com as diretrizes, os atletas russos e bielorrussos não podem participar de eventos de equipe e precisam ter um histórico comprovado de testes de drogas, enquanto os atletas que apoiam a guerra ou são contratados pelas Forças Armadas ou pela agência de segurança nacional de seus países estão excluídos.
As recomendações feitas pelo conselho executivo do COI dizem respeito ao retorno dos atletas às competições internacionais, mas não especificamente à Olimpíada de Paris 2024, para a qual uma decisão separada será tomada posteriormente.
A Ucrânia e alguns de seus aliados ameaçaram boicotar os Jogos de Paris caso atletas russos e bielorrussos participem, mesmo como neutros.
(Reportagem da Reuters)