Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira que irá procurar o Senado para uma discussão conjunta, ainda neste primeiro semestre, sobre uma mudança do sistema de governo do Brasil para o semipresidencialismo.
Lira ressaltou que não pensa em uma alteração imediata --ele sugeriu que ela pudesse passar a vigorar a partir de 2030-- e alertou que não quer contaminá-la com o clima eleitoral de 2022.
"É uma discussão que a Câmara vai propor, vai tentar se unir ao Senado para que o Congresso faça, de pegarmos os meses de março, abril, maio, junho, para discutirmos o semipresidencialismo", anunciou o presidente da Câmara, acrescentando que deseja uma discussão "sem nenhum tipo de pressão de votação, sem nenhum tipo de texto pronto".
Lira fez questão de dizer que a ideia trabalha sem a perspectiva de votação de qualquer texto antes das eleições de outubro. Segundo ele, os novos parlamentares, a serem escolhidos nas eleições, é que iriam se dedicar à votação.
"Seria uma proposta de alteração de sistema de governo para 2030, tirando o debate dessa eleição, tirando o debate de 2026, não fulanizando a discussão e fazendo um debate de alto nível no contraturno dos trabalhos da Câmara dos Deputados", explicou.
Não é a primeira vez que o deputado defende o semipresidencialismo, sistema de governo que mescla o presidencialismo e o parlamentarismo e prevê que o presidente da República divida o poder com um primeiro-ministro, eleito pelo Congresso Nacional.
Lira, agora, anuncia um passo a mais, ao sinalizar com a intenção de promover o debate no Legislativo.