BERLIM (Reuters) - Hans Modrow, que como o último primeiro-ministro comunista da Alemanha Oriental supervisionou as reformas democráticas que abriram caminho para a reunificação da Alemanha, morreu aos 95 anos, informou o partido A Esquerda neste sábado.
"Na noite de ontem, Hans Modrow nos deixou aos 95 anos. Com isso, nosso partido perde uma personalidade importante", disse o partido de extrema esquerda, sucessor do Partido Comunista da Alemanha Oriental, em um comunicado.
Modrow havia dito que ajudaria a transformar a Alemanha Oriental em uma democracia quando se tornou primeiro-ministro de um governo de transição liderado pelos comunistas em 13 de novembro de 1989, quatro dias após a queda do Muro de Berlim que dividiu Berlim Oriental e Ocidental por 28 anos.
Modrow anunciou a primeira e única eleição livre naquela que era conhecida como a República Democrática Alemã (RDA) em março de 1990, embora o pleito tenha resultado em sua saída como primeiro-ministro.
Embora tenha realizado reformas, ele foi acusado por oponentes de tentar adiar a mudança de política e a reunificação, que ocorreu em outubro de 1990. Ele também foi criticado por tentar renomear em vez de abolir a polícia de segurança Stasi.
Modrow se via como um reformador que queria mudar o partido comunista por dentro e torná-lo mais democrático. Em 1999, ele disse à Reuters que não queria a antiga RDA de volta, mas que seus feitos deveriam ser reconhecidos.
"Nas relações internacionais, sob a RDA, a Guerra Fria não se transformou em uma guerra quente", disse ele. "E após a violência da Segunda Guerra Mundial, conseguimos fazer amizade com a Polônia."
(Reportagem de Michelle Adair e Riham Alkousaa)