Por Eduardo Simões
(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, ao visitar o Porto de Santos para anunciar investimentos, que seu governo provará que o porto público pode ser mais rentável do que se estivesse nas mãos da iniciativa privada.
"Nós precisamos nos transformar em um país altamente desenvolvido, e é por isso que nós tiramos esse porto da política de privatização", disse Lula em discurso na cerimônia, que também serviu para comemorar os 132 anos do porto paulista.
A cerimônia contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e que defende a privatização do porto paulista. O governo Lula decidiu que não irá privatizar o porto.
O presidente criticou o que disse ser uma "narrativa" de que o Estado não serve para nada e que apenas a iniciativa privada é eficiente.
"Nesse nosso querido Brasil se estabeleceu uma narrativa de setores da elite econômica brasileira de destruir a imagem do Estado, de destruir a imagem do poder público. A ideia de que o Estado não vale nada", afirmou.
"Então nós queremos provar que esse porto, com a sua autoridade portuária, vai fazer tanto ou mais do que qualquer empresário faria neste país", afirmou Lula.
Principal porto do país, Santos é a mais importante porta para as exportações e importações brasileiras e a privatização do terminal portuário é uma das prioridades de Tarcísio, que chegou a dizer, após assumir o governo do Estado, que a venda do porto à iniciativa privada seria a diferença entre a pobreza e a prosperidade na Baixada Santista.
Apesar de escancarar a divergência com o governador em relação à privatização do porto, Lula fez uma série de afagos a Tarcísio em seu discurso, afirmando que ambos estão "juntos" e prometendo que não faltará apoio do governo federal a São Paulo.