BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta segunda-feira sobre a cirurgia que fará no fim da semana para tratar de uma artrose no quadril, e manifestou a expectativa de já voltar a trabalhar na próxima segunda-feira.
Em entrevista coletiva, o presidente afirmou estar tranquilo para se afastar do trabalho e se submeter à cirurgia, marcada para sexta-feira, por considerar ter cumprido compromissos que havia assumido como a recuperação de políticas públicas e a recolocação do Brasil no cenário mundial.
"Daí o meu otimismo, daí a minha tranquilidade de ir na sexta-feira para o hospital, internar, fazer a minha cirurgia e quem sabe na segunda-feira já estar outra vez trabalhando. Se Deus quiser, é isso que vai acontecer", disse o presidente a jornalistas após receber o primeiro-ministro vietnamita, Phạm Minh Chinh.
"Se depender de mim, na segunda-feira... eu estarei no Palácio do Planalto despachando, ou no (Palácio da) Alvorada", acrescentou. Apesar da declaração do presidente, a previsão dos médicos é de que Lula permaneça internado até terça-feira (dia 3 de outubro) no hospital em Brasília onde será operado.
Lula, de 77 anos, tem sofrido com uma artrose na cabeça do fêmur -- um desgaste na cartilagem que reveste a articulação entre o osso da perna e o quadril. De acordo com o Palácio do Planalto, o presidente será internado na manhã de sexta-feira, mas ainda não está marcada a hora exata da cirurgia.
O procedimento, que se chama artroplastia total do quadril, será feito no lado direito, e consiste em uma troca das articulações existentes por uma prótese. A expectativa dos médicos é que o presidente durma por quatro noites no hospital.
Lula fará a cirurgia em Brasília e deve ter de duas a três semanas de recuperação, despachando no Palácio da Alvorada. Depois disso, a depender da recuperação, poderá voltar ao Planalto, mas só estará liberado para viagens em quatro ou seis semanas da cirurgia, também a depender da recuperação.
Não há previsão de o vice-presidente, Geraldo Alckmin, assumir a Presidência.
O presidente planeja ir à cúpula do clima COP 28, em Dubai, em novembro, e fazer uma visita à Alemanha.
Na entrevista no Itamaraty, o presidente admitiu ter medo da anestesia, mas citou avanços da medicina para se dizer otimista com o procedimento cirúrgico. Disse ainda que vinha sentindo muitas dores, até mesmo para dormir ou ficar em pé, e explicou que decidiu pela cirurgia para voltar a jogar bola, correr, fazer ginástica e esteira.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Maria Carolina MarcelloEdição de Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)