(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou em decreto publicado nesta quinta-feira a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) da esfera do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), tradicionalmente comandado por um militar, e a colocou subordinada à Casa Civil da Presidência da República.
O decreto, publicado na edição desta quinta do Diário Oficial da União, vem quase dois meses após os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), no que foi classificado por Lula como uma tentativa de golpe de Estado.
Na ocasião, a atuação do GSI, responsável pela segurança do Planalto, e da Abin, encarregada de antecipar a possibilidade de eventos como o de 8 de janeiro, foram alvos de críticas.
As Forças Armadas também foram criticadas por terem permitido, nos dias que antecederam os ataques, acampamentos de bolsonaristas inconformados com a vitória de Lula na eleição de outubro em frente a unidades militares de todo o país.
O acampamento de apoiadores do ex-presidente em frente ao quartel-general do Exército abrigou vândalos que participaram dos ataques, disseram investigadores. O então comandante do Exército foi substituído após o episódio.
(Por Eduardo Simões)