Por Joan Faus
BARCELONA (Reuters) - Uma professora de uma escola de arte de Barcelona organizou um protesto em um museu dedicado a Pablo Picasso visando lançar luz sobre o comportamento às vezes insensível do pintor espanhol com as mulheres.
Maria Llopis e sete de suas alunas foram ao Museu Picasso vestindo camisetas com as palavras "Picasso, abusador de mulheres" e outras que mencionavam Dora Maar, artista francesa que se acredita ter sofrido abusos de Picasso durante seu relacionamento nos anos 1930 e 1940.
O protesto da semana passada ecoou o debate global sobre o tratamento dado pelos homens às mulheres, liderado pelo movimento #MeToo, o que inclui reavaliar a conduta de personalidades vivas e mortas.
Na Espanha, os direitos das mulheres foram para a linha de frente política nos últimos anos depois de vários casos de estupro e abuso de grande repercussão.
Llopis, de 45 anos, disse que quis fazer um protesto discreto para dizer que o museu não está dando ênfase suficiente aos relacionamentos femininos de Picasso, em particular ao trabalho de Maar e à vida atribulada que ela teve após o rompimento.
"Não foi um ataque a Picasso. Não acredito nem um pouco em cultura do cancelamento. Acredito na verdade, em não esconder as coisas", afirmou ela.
O diretor do museu, Emmanuel Guigón, disse que respeita o protesto e que considera o debate que ele desencadeou fundamental. Ele acrescentou que uma conversa no próximo outono sobre o relacionamento de Picasso com as mulheres e exibições sobre o tema já estão planejados.