Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) revisou o cadastro do programa de transferência de renda e retirou da folha de pagamento de março 1,5 milhão de beneficiários do Bolsa Família com renda acima do limite exigido para receberem a assistência.
A pasta identificou e inclui no programa, por outro lado, outras 700 mil famílias que estavam sem benefício, apesar de terem direito a recebê-lo.
"Já agora, em março, vamos tirar mais de 1,5 milhão de famílias dessas cerca de cinco milhões em que estamos focados. Temos segurança de que essas não preenchem os requisitos", disse o ministro Wellington Dias.
"Com a busca ativa e a rede do Sistema Único de Assistência Social, que é muito preparada e muito competente, nós temos condições agora de trazer também para o recebimento quem tem o direito e estava na fila, estava fora", acrescentou.
O ministro destacou que o aplicativo do Cadastro Único permite a exclusão de forma voluntária em solicitações feitas de forma incorreta. Segundo o ministério, 2.265 pessoas pediram para sair do cadastro por não preencherem os requisitos até a manhã desta sexta-feira.
Ainda de acordo com a pasta, do total de 1,5 milhão de famílias irregulares, 400 mil são de cadastros de apenas uma pessoa, levando, em alguns casos, a recebimento do benefício por mais de um integrante da família.
O governo trabalha com a meta de revisar até o fim do ano o cadastros de 5 milhões de famílias declaradas como unipessoais no programa de transferência de renda. Também está nos planos do ministério promover campanhas educativas sobre as regras e as exigências do programa.