Ministros que serão candidatos trabalham até dia 30

Publicado 17.03.2022, 16:47
© Reuters. 08/03/2022
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - A primeira reunião ministerial do ano, nesta quinta-feira, definiu que os ministros que concorrerão nas próximas eleições ocuparão seus cargos até o dia 30 deste mês, e as substituições serão, na sua maioria, feitas internamente, disseram à Reuters que acompanharam as conversas.

Pelo menos oito ministros devem sair do governo, um número que o próprio presidente Jair Bolsonaro já havia revelado na semana passada, para candidaturas ao Senado ou aos governos estaduais. O prazo para desincompatibilização é 2 de abril, seis meses antes das eleições.

O que ainda não foi definido é quem serão os substitutos. Enquanto o presidente e uma ala do governo defendem a ideia de manter os atuais secretários-executivos como titulares das pastas, a pressão por indicações políticas está forte.

A intenção de Bolsonaro seria de evitar uma competição política pelos cargos em um ano de eleição. Mas os partidos da base querem manter, ou aumentar seus espaços no governo.

"Há uma corrente no governo que defende a escolha de nomes políticos", disse uma das fontes.

Por isso o presidente ainda não teria batido o martelo em várias pastas.

Estão na lista os ministros do Trabalho, Onyx Lorenzoni, da Cidadania, João Roma, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, candidatos aos governos do Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo, respectivamente.

Já para candidaturas ao Senado vão sair o ministro do Turismo, Gilson Machado, que vai tentar a vaga em Pernambuco, da Agricultura, Tereza Cristina, candidata em Mato Grosso do Sul, do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, no Rio Grande do Norte, e da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, no Distrito Federal.

© Reuters. 08/03/2022
REUTERS/Ueslei Marcelino

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, também deverá sair para ser candidata ao Senado. A intenção inicial do presidente Jair Bolsonaro era que isso fosse no Amapá, de acordo com uma fonte, mas a ministra levantou dúvidas por não ter uma relação com o Estado.

Ainda pode se desincompatibilizar o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. A intenção é de que o general da reserva seja o candidato a vice na chapa do presidente, no lugar do atual vice-presidente Hamilton Mourão, com quem Bolsonaro não teve uma boa relação durante o governo.

De acordo com essa fonte, que é próxima ao presidente, não há uma definição sobre o vice ainda, mas o nome do ministro da Defesa é o mais forte no momento. Bolsonaro resiste a um nome político que não seja de sua absoluta confiança, e o nome de Braga Netto continua sendo o mais forte, mesmo com alguma resistência na ala política do governo.

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