BRASÍLIA (Reuters) -O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse nesta terça-feira que as prisões de envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília no domingo não são "colônia de férias" e que as instituições não vão "fraquejar", ao destacar que o Judiciário e a Polícia Federal vão punir todos os envolvidos.
"As instituições não são feitas de mármore, de cadeiras e mesas. Elas são feitas de pessoas, de coragem, de cumprimento da lei. Não achem, esses terroristas, que até domingo faziam baderna e crimes, e agora reclamam que estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias, não achem que as instituições irão fraquejar", afirmou Pacheco em discurso durante a posse do novo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
Moraes disse que é preciso combater de forma firme "terroristas" e a atuação de pessoas antidemocráticas, que queriam dar um golpe e a implantação de um regime de exceção, segundo o ministro.
Segundo ele, a prisão de centenas de "baderneiros" envolvidos nos ataques é necessária para garantir a democracia e mostrar que não há "apaziguamento das instituições". O Ministério da Justiça registrou 209 prisões em flagrante no domingo, e mais de 1.200 pessoas que estavam em um acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília também foram detidas.
Essa foi a primeira manifestação pública de Moraes após a invasão e depredação dos prédios do Supremo, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto no domingo.
O ministro do STF --que é relator do inquérito dos atos antidemocráticos-- afirmou que as investigações vão descobrir quem praticou os atos, financiou e incentivou, seja por ação ou por omissão.
Após os violentos atos, Moraes já determinou uma série de medidas judiciais como o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha, e a prisão de envolvidos nos atos.
Fontes do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro disseram à Reuters que aumentou o temor no círculo próximo ao ex-chefe do Executivo de que ele seja alvo de uma ordem de prisão temporária depois dos ataques em Brasília.
(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Flávia Marreiro e Pedro Fonseca)