(Reuters) - O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) denunciou Jair Renan Bolsonaro, o quarto filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, segundo reportagem do jornal O Globo nesta quarta-feira.
Segundo o jornal carioca, Jair Renan foi investigado por supostamente usar documento com informações falsas de sua empresa, a Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, para obter um empréstimo bancário que não foi pago.
Procurado pela Reuters, o MPDFT informou que o caso é sigiloso e, portanto, não pode repassar informações.
Em agosto do ano passado, a Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu um telefone celular e outros pertences pessoais de Jair Renan em uma operação que investigava o cometimento de crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
O inquérito da polícia apontou como suspeitas declarações de faturamento da empresa, com as quais o filho de Bolsonaro e seu sócio Maciel Alves buscavam lastro para empréstimos bancários, segundo o jornal.
No relatório final do caso, os investigadores afirmam que "não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas", segundo a reportagem, que acrescenta que Jair Renan e Alves conseguiram pelo menos três empréstimos.
O Globo diz que Jair Renan afirmou em depoimento não reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento supostamente falsas e negou ter requisitado empréstimos, mas que perito, testemunhas e até imagens de seu login no aplicativo bancário contrariam essa posição.
O jornal diz ainda que o advogado do filho do presidente, Admar Gonzaga, afirmou que não comentaria o caso na ocasião do indiciamento por se tratar de caso sigiloso. Já o advogado de Alves disse que seu cliente "com certeza" seria absolvido.
A Reuters não conseguiu contactar a defesa de Jair Renan nesta quarta-feira.
A notícia da denúncia de Jair Renan ocorre na mesma semana em que o próprio Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de fraude em seus registros de vacinação da Covid-19, abrindo caminho para uma denúncia pelo Ministério Público Federal.