Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam nesta quinta-feira um terreno em frente à casa em que vive em Brasília o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e fizeram um protesto contra a fome no país.
Cerca de 100 manifestantes, e mais alguns curiosos, entraram no condomínio de luxo onde Flávio comprou uma mansão há alguns meses e espalharam faixas com dizeres como "19 milhões sem feijão, 6 milhões para mansão" e "rachadinha que virou mansão."
"O MTST faz manifestação agora na mansão de R$6 milhões de Flávio Bolsonaro. Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso", escreveu Guilherme Boulos, ex-candidato à Presidência pelo PSOL e líder do MTST.
A mansão do senador, comprada no início deste ano, fica em um condomínio chamado Ouro Branco, de apenas quatro casas, no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, bairro de classe alta de Brasília.
De acordo com o anúncio do imóvel, a mansão tem 6 quartos, sendo quatro suítes, piscina com aquecimento, sauna e pisos de mármore, com 1.100 metros quadrados de área construída em um terreno de 2.500 metros quadrados.
Em um vídeo divulgado no Instagram, o senador informou que estava no Rio de Janeiro para acompanhar uma inauguração e não presenciou a manifestação. Segundo ele, o ato seria uma antecipação da campanha eleitoral de 2022.
"Tenho conversado muito com o presidente Bolsonaro sobre as dificuldades que nós teremos, não só na campanha de 2022, mas também no trajeto até chegar lá, e a principal dificuldade vai ser o combate às mentiras e fakenews e falsas narrativas, e foi isso que esse pessoal foi fazer na porta da minha casa, mentir“, afirmou.
"Eles foram para lá para acusar o presidente Bolsonaro pela alta nos preços dos alimentos, combustíveis. Todo mundo sabe que isso é um problema mundial, infelizmente decorrente da pandemia que é a maior crise que todos nós que estamos vivos já pudemos presenciar“.
Na semana passada, manifestantes do MTST ocuparam a sede da bolsa de valores B3 (SA:B3SA3), em São Paulo, para protestar contra a desigualdade social e o governo Bolsonaro, cobrando ações para combater a insegurança alimentar em meio à disparada da inflação.