Por Vivian Sequera e Mircely Guanipa
CARACAS (Reuters) - Em 2001, Linda López foi sequestrada e mantida em cativeiro por quatro meses em um apartamento de Caracas, onde foi repetidamente estuprada e torturada.
Agora, ela publicou um livro sobre sua experiência e os anos de luta para levar o caso a julgamento em um sistema que, segundo ela, ainda falha com mulheres venezuelanas.
A publicação do livro co-escrito por López, uma advogada, e Luisa Kislinger, escritora e ativista venezuelana, ressuscitou o debate sobre violência contra mulheres e garotas na Venezuela, que, segundo ativistas, é frequentemente ofuscado pela crise humanitária e econômica do país.
A Venezuela não publica estatísticas sobre abuso doméstico, mas é um problema generalizado na América Latina que cresceu durante a pandemia, segundo dados da organização sem fins lucrativos norte-americana Comitê de Resgate Internacional, em relatório publicado no último mês de junho.
Em seu livro, “Crime Duplo”, López, mais conhecida pelo seu primeiro e segundo nomes, Linda Loaiza, detalha a provação horrível de ter sido amordaçada, algemada, agredida com garrafas de vidro, queimada com cigarros e repetidamente estuprada entre março e julho de 2001.
Luis Carrera, filho de um acadêmico proeminente, foi preso em novembro de 2001 e condenado em 2006 por agredir e sequestrar López. Passou seis anos na prisão.
(Por Vivian Sequera and Mircely Guanipa)