Por Alan Baldwin
SILVERSTONE, Inglaterra (Reuters) - O piloto Lewis Hamilton pediu que as declarações de integrantes da velha guarda da Fórmula 1 não ganhe repercussão, após o ex-chefão da categoria Bernie Ecclestone, de 91 anos, e o brasileiro tricampeão Nelson Piquet atraírem as atenções por conta de comentários ofensivos.
Ecclestone defendeu o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma entrevista televisionada na quinta-feira, dizendo que "tomaria um tiro" por ele.
Piquet, de 69 anos, pediu desculpas ao heptacampeão mundial Hamilton nesta semana, por uma referência racista feita ao britânico em uma entrevista realizada em novembro do ano passado e que reapareceu recentemente.
Hamilton, o único piloto negro da história da Fórmula 1, e que se expressa frequentemente sobre questões de diversidade e direitos humanos, disse que há anos sofre as consequências do racismo, da negatividade, de tons de discriminação e de "narrativas arcaicas".
"Eu não sei por que ainda continuamos dando uma plataforma para essas vozes mais velhas", disse o inglês.
"Eles estão falando no nosso esporte, e nós estamos querendo ir para outro lugar completamente diferente, e isso não representa quem somos hoje como um esporte", disse Hamilton a jornalistas no Grande Prêmio do Reino Unido.
"Estamos querendo crescer nos EUA e em outros países, na África do Sul, para aumentar nosso público. Precisamos olhar para o futuro e oferecer aos mais jovens uma plataforma mais representativa dos tempos de hoje."
"Nas últimas semanas, não acho que tenha havido um dia sequer sem que algum dos mais velhos, que não têm relevância no nosso esporte há décadas, tenha dito coisas negativas e tentado me afetar", afirmou.
(Reportagem de Alan Baldwin)