Por Anamasere Igboereteonwu
ONITSHA, Nigéria (Reuters) - A eleição presidencial da Nigéria foi marcada por longas demoras nos colégios eleitorais neste sábado, que não desencorajaram grandes multidões de eleitores que esperam um reinício, após anos de dificuldades e uma violência cada vez pior sob o governo do presidente que está de saída, Muhammadu Buhari.
Repórteres da Reuters em diferentes localidades ao redor do país mais populoso da África testemunharam cenários diversos, com demoras de várias horas em alguns lugares, enquanto a votação era realizada rapidamente em outros.
“Como você pode ver, as pessoas vieram em peso. O esclarecimento do eleitor foi alto, e as pessoas estão animadas para participar da eleição”, disse o eleitor Emmanuel Nwosu, esperando que seu colégio eleitoral abrisse na cidade de Onitsha, no sudeste.
“Vamos esperar. Eles deveriam começar o credenciamento às 8h30, mas, mesmo se chegarem às 21h, hoje vamos ficar e votar”.
Autoridades da Comissão Eleitoral Nacional (INEC) de vários Estados disseram que foram atrasados pela chegada tardia de veículos para transportá-los.
Ngozi Okonjo-Iweala, líder da Organização Mundial do Comércio, disse no Twitter que seu colégio eleitoral, em sua vila natal no sudeste do Estado de Abia, abriu com cerca de três horas de atraso.
"A participação é inacreditável, a maior que já vi em todos os anos em que votei na vila. Jovens e muito velhos estão todos aqui", disse ela logo após a votação.
Buhari, um general aposentado do exército, está deixando o cargo depois de cumprir o máximo de oito anos permitido pela constituição, mas não cumpriu sua promessa de restaurar a ordem e a segurança na Nigéria, o principal país produtor de petróleo da África.
Os candidatos de dois partidos que se alternaram no poder desde o fim do regime do exército em 1999 estão enfrentando um desafio extraordinariamente forte de um candidato de partido menor, popular entre os eleitores jovens.
Com assentos na Assembleia Nacional também em disputa, mais de 93 milhões de pessoas estão registradas para votar em cerca de 176.600 seções eleitorais.
O INEC não comentou os atrasos, mas havia dito antes do dia das eleições que quem entrasse na fila a tempo poderia votar mesmo depois do horário oficial de encerramento.
A contagem final dos 36 Estados e da capital federal Abuja é esperada dentro de cinco dias após a votação.
(Reportagem adicional de Hamza Ibrahim e Abraham Achirga em Kano, Tife Owolabi em Yenagoa, Garba Muhammad em Kaduna, Temilade Adelaja e Seun Sanni em Agulu, MacDonald Dzirutwe, Tim Cocks, Vining Ogu e James Oatway em Lagos, Camillus Eboh e Edwin Waita em Abuja)