Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira estar otimista tanto em relação ao crescimento do Brasil em 2023 quanto sobre a perspectiva de aprovação da reforma tributária.
"Eu estou extremamente otimista com os números que nós temos na equipe econômica", disse Tebet em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministra", da TV Brasil.
"Eu ouso dizer que nós temos uma expectativa de crescer mais de 2,5% porque é dólar caindo, taxa de desemprego caindo... inflação caindo", acrescentou ela, argumentando que esse cenário elimina justificativas para o Banco Central deixar a taxa de juros nos níveis elevados atuais.
No início desta semana, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que a pasta deve revisar sua projeção para o crescimento econômico do país neste ano a uma faixa entre 2,5% e 3%, ante atual prognóstico oficial de expansão de 1,91%.
Nesta quarta-feira, Tebet disse ainda estar "muito otimista" com a tramitação da reforma tributária, respondendo a pergunta de jornalista sobre as resistências que a proposta tem enfrentado na Câmara dos Deputados.
A ministra voltou a dizer que a reforma tributária não prejudicará Estados e municípios e afirmou que, entre os setores econômicos, aqueles que sentirão o impacto mais forte da alteração na cobrança de impostos terão uma alíquota diferenciada, algo que já estava previsto no parecer do relator com a inclusão de uma redução de 50% na alíquota para bens e serviços específicos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reiterou nesta quarta-feira sua intenção de votar na Casa a reforma tributária, assim como a proposta que retoma o voto de qualidade do Carf e o novo marco fiscal, até sexta.
PAC
Tebet disse nesta quarta-feira que a terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deve ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda neste mês, incluirá investimentos públicos do Estado, mas também um pacote de investimentos privados.
Ela afirmou ainda que a falta de investimentos públicos no Brasil ocorre devido ao descontrole das finanças e que o país pode crescer ao ajustar suas contas públicas.
Segundo Tebet, o governo está aguardando a aprovação definitiva do arcabouço fiscal antes de anunciar formalmente o valor do PAC, pois precisa saber quantos recursos terá à disposição.