(Reuters) - Naomi Osaka disse que por vezes se sentiu "ingrata" no ano passado por não valorizar totalmente sua vida como uma das melhores tenistas do mundo.
A número dois do mundo no tênis selou uma vitória de retorno sobre Coco Gauff no Western & Southern Open em Cincinnati na quarta-feira, seu primeiro evento fora da Olimpíada desde que se retirou do Aberto da França em maio.
Ela saiu de Roland Garros depois de ser punida por se recusar a dar entrevistas coletivas, dizendo que sua saúde mental foi prejudicada por certas linhas de questionamento.
Osaka derramou lágrimas e deixou rapidamente uma coletiva de imprensa em Cincinnati na segunda-feira quando questionada sobre seu relacionamento com a mídia e retornou ao tema na quarta-feira.
"Estava me perguntando por que fui tão afetada, do tipo o que me fez não querer mídia", disse a jovem de 23 anos em uma coletiva de imprensa.
"Então depois eu estava pensando em acordar todos os dias, por mim, eu deveria sentir que estou ganhando. Tipo, a escolha de ir lá e jogar, de ir ver os fãs, aquelas pessoas vêm me ver jogar, isso por si só é uma conquista."
"Não tenho certeza de quando ao longo do caminho comecei a dessensibilizar isso. Como se tivesse começado a não ser uma conquista para mim. Então me senti muito ingrata por esse fato."
A quatro vezes campeã de torneios de Grand Slams disse que as restrições impostas devido à pandemia de Covid-19 tornaram as coisas "muito estressantes" para ela, mas os recentes acontecimentos no Haiti e no Afeganistão levaram a uma mudança em sua perspectiva.
Um terremoto de magnitude 7,2 matou mais de 2 mil pessoas no Haiti --país onde seu pai nasceu-- enquanto o Afeganistão está em crise.
"Ver o estado do mundo, como tudo está no Haiti, Afeganistão agora, é definitivamente muito louco", disse ela.
(Por Manasi Pathak em Bengaluru)