Por Asif Shahzad e Gibran Naiyyar Peshimam
ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão realizou ataques dentro do Irã na quinta-feira, tendo como alvo militantes separatistas Baloch, informou o Ministério das Relações Exteriores paquistanês, dois dias depois que Teerã disse ter atacado as bases de outro grupo dentro do território paquistanês.
A mídia iraniana afirmou que vários mísseis atingiram uma aldeia na província de Sistão-Baluchistão, que faz fronteira com o Paquistão, matando pelo menos nove pessoas. De acordo com relatos anteriores, três mulheres e quatro crianças foram mortas, todas não iranianas.
Os vizinhos tiveram laços difíceis no passado, mas os ataques são as intrusões transfronteiriças de maior visibilidade nos últimos anos e ocorrem em meio a preocupações crescentes com a instabilidade no Oriente Médio desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou, em 7 de outubro.
"Vários terroristas foram mortos durante a operação baseada em inteligência", disse o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, descrevendo-a como uma "série de ataques militares de precisão altamente coordenados e especificamente direcionados contra esconderijos terroristas".
"O Paquistão respeita totalmente a soberania e a integridade territorial da República Islâmica do Irã", acrescentou o ministério.
"O único objetivo do ato de hoje foi a busca da própria segurança e do interesse nacional do Paquistão, que é primordial e não pode ser comprometido."
Uma autoridade sênior de segurança paquistanês disse à Reuters que os militares estavam em alerta "extremamente" alto e enfrentariam com força qualquer "desventura" do lado iraniano.
O Irã condena veementemente os ataques, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Nasser Kanaani, acrescentando que o encarregado de negócios do Paquistão, seu diplomata mais graduado em Teerã, foi convocado para dar uma explicação.
Em Islamabad, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaar-ul-haq Kakar, interromperia uma visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos e voltaria para casa.