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Petrobras: Dividendos robustos, mas incerteza ainda permeia ação, dizem analistas

Publicado 02.03.2023, 12:03
Atualizado 02.03.2023, 12:10
© Reuters.
PETR4
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Por Jessica Bahia Melo

Investing.com - Os dividendos robustos foram apontados como destaque após a Petrobras (BVMF:PETR4) apresentar o balanço do quarto trimestre de 2022, mas analistas do BTG, Goldman Sachs, Ativa Investimentos e Itaú BBA continuam a demonstrar certa cautela em relação aos papéis, principalmente diante de incertezas sobre o futuro das políticas de preços da companhia, com recomendações neutras.

Às 12h05 (de Brasília) desta quinta-feira, 02, as ações recuavam 2,13%, a R$24,76.

A companhia reportou lucro líquido aos acionistas de R$ 43,3 bilhões no quarto trimestre, 37,6% superior ao mesmo período de 2021, mas 6% inferior ao registrado no terceiro trimestre de 2022. Com a alta do petróleo, considerado todo o ano, o indicador foi de R$188,32 bilhões, uma elevação de 76,6%.

A receita de vendas chegou a R$158,57 bilhões, queda de 6,8% na base trimestral e alta anual de 18,2%. No ano como um todo, o aumento foi de 41,7%.

A companhia ainda anunciou pagamento de dividendos em R$35,8 bi, mas sugeriu uma retenção de parte como reserva estatutária em até R$6,5 bilhões. A definição deve ocorrer em Assembleia Geral, prevista para 27 de abril. A distribuição de dividendos seria equivalente a R$2,74 reais brutos por ação preferencial e ordinária.

Em call de resultados na manhã desta quinta-feira, 02, o CEO Jean Paul Prates, que tomou posse em janeiro, disse que a estatal segue seguir no protagonismo da produção de petróleo e gás, enquanto age para se adequar a um cenário de transição energética, apontando como caminhos fontes de energia renovável como hidrogênio e eólicas.

Confira as projeções da Petrobras disponíveis no InvestingPRO.

O que dizem os analistas

O Ebitda ajustado recorrente de R$75,5 bilhões veio 11% abaixo do esperado pelo Goldman Sachs (NYSE:GS), principalmente devido a resultados menores do que as projeções no segmento upstream. No segmento downstream, o Goldman ressaltou maiores margens dos derivados de petróleo no mercado, impulsionadas pela oferta global mais restrita. O banco aponta que a produção de petróleo companhia no Brasil recuou 2% em relação ao ano anterior e permaneceu estável no trimestre.

No entendimento do Goldman, ainda que o valuation esteja relativamente barato, o aumento da incerteza sobre as políticas a serem adotadas nos próximos anos continuam a influenciar os papéis. O Goldman Sachs possui recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$28,90 para ações ordinárias, R$26,30 para ações preferenciais e de US$10,90 para as ADRs.

Já o Itaú BBA considerou os resultados neutros, com dividendos sólidos. O Ebitda ajustado recorrente ficou 6% abaixo das projeções do banco. Os analistas Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello destacam que a distribuição de dividendos no trimestre foi de R$ 2,75/ação, resultando em dividend yield de aproximadamente 11%, acima da faixa esperada pelo trimestre pelo banco, entre 8% e 10%. O Itaú BBA possui classificação market perform para as ações, com preço-alvo de R$38 para as ações preferenciais e de US$14,5 para as ADRs.

O banco BTG (BVMF:BPAC11) ressaltou que os dividendos robustos anunciados estão 23% acima do projetado pelo banco. “Este movimento reforça a atual foco da administração (em breve substituído) em distribuir boa parte do geração de valor da empresa com seus acionistas”, dizem os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte. No entanto, com a indicação de uma possível reserva dos futuros dividendos, o BTG enxerga que o mercado não deve ficar muito otimista, levando em conta que o pagamento ainda parece ameaçado. “A gestão futura provavelmente reduzirá os pagamentos a níveis bem abaixo do atual”, acreditam. O BTG também conta com recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de US$13,5 para as ADRs.

A Ativa Investimentos considerou o resultado “uma boa notícia em meio ao pesado fluxo atual”. Na avaliação de Ilan Arbetman, ainda que o brent tenha apresentado preços menores, as receitas reportadas vieram melhores do que o esperado, assim como os custos e o Ebitda ajustado. O resultado demonstra estabilidade no refino, mas piora em gás e energia. Além disso, o fluxo de caixa segue forte, segundo Arbetman. A Ativa segue com classificação neutra para a companhia, com preço-alvo de R$28 para as ações PN.

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