AUSTIN, TEXAS (Reuters) - Os pilotos de Fórmula 1 expressaram choque e espanto nesta quinta-feira, depois que o órgão regulador do esporte quadruplicou o valor que os comissários podem multá-los, em um valor máximo de até um milhão de euros.
A mudança no Código Desportivo Internacional (ISC) foi aprovada numa reunião do Conselho Mundial de Esporte Motor da FIA em Genebra.
A nova medida diz que o máximo anterior, de 250 mil euros, não foi revisto ou alterado pelo menos nos últimos 12 anos “e não reflete as necessidades atuais do esporte motorizado”.
George Russell, da Mercedes, diretor da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA), disse que a nova regra “parece obscena”.
“No meu primeiro ano na Fórmula 1 (na Williams), eu recebia um salário de cinco dígitos e na verdade perdi mais de seis dígitos pagando pelo meu treinador, pagando pelos voos, pagando por um assistente”, disse ele a jornalistas no Grande Prêmio dos EUA.
Charles Leclerc, da Ferrari, disse que não tinha ideia do que poderia merecer uma multa de 1 milhão, e o piloto da Haas, Kevin Magnussen, cuja equipe tem um dos menores orçamentos, disse que aquilo parecia ridículo.
“Charles pode dar seu relógio, mas eu desapareceria e nunca mais seria encontrado”, acrescentou o dinamarquês.
Leclerc teve um relógio exclusivo Richard Mille, avaliado em mais de 2 milhões de dólares, roubado de seu pulso na Itália no ano passado.
(Reportagem de Alan Baldwin em Londres)