BUENOS AIRES (Reuters) - A polícia argentina prendeu três cidadãos de origem síria e libanesa, que supostamente chegaram ao país para planejar um possível ato terrorista, afirmaram nesta quarta-feira a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e um comunicado da Polícia Federal.
Os estrangeiros, cujas identidades não foram reveladas, estão sendo investigados pela Justiça, que buscará determinar o propósito de sua visita ao país e o conteúdo de um pacote de 35 quilos proveniente da República do Iêmen destinado a uma das casas onde eles se hospedariam.
"No âmbito dessa investigação, houve indícios da possível entrada no país de três cidadãos de origem síria e libanesa que, após chegarem em voos diferentes, se reuniriam na cidade de Buenos Aires para planejar uma possível ação terrorista", disse a Polícia Federal argentina, que não especificou quando as prisões ocorreram.
A ministra Bullrich disse aos repórteres que os detidos haviam entrado anteriormente na Argentina e que suas identidades não seriam reveladas até que a veracidade de seus nomes fosse determinada devido a "passaportes cruzados".
"As pessoas também tiveram outras entradas na Argentina com passaportes de nacionalidades diferentes da que usaram nesta ocasião, então as informações estão sendo trocadas para descobrir efetivamente de onde é a identidade e qual é o objetivo fundamental de vir para a Argentina", disse.
"Agora há uma investigação, veremos se foi de fato uma célula que veio para a Argentina ou se tem outra conotação", acrescentou a ministra, que assumiu o cargo em 10 de dezembro.
As prisões na Argentina ocorreram pouco depois de pelo menos três homens terem sido presos em novembro no Brasil, quando a Polícia Federal do país desmantelou uma suposta célula do Hezbollah, trabalhando com base em uma denúncia do FBI sobre um possível ataque no Brasil ou em seus arredores.
Um dos presos no Brasil havia tirado fotos e feito vídeos de duas sinagogas e de um cemitério judaico em Brasília.
Na Argentina, a embaixada israelense e a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) foram alvo de dois ataques sangrentos, em 1992 e 1994, respectivamente, que deixaram quase 100 pessoas mortas.
(Reportagem de Lucila Sigal)