RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um ataque com um artefato explosivo ao consulado da China que ocorreu na noite da última quinta feira, informou a instituição neste sábado.
Peritos estiveram no local recolhendo fragmentos do artefato que foi lançado por um homem não identificado para o interior do consulado, no bairro de Botafogo, zona sul do Rio.
Câmeras de segurança do consulado flagraram o momento em que um homem vestido de casaco e calca esportiva e usando boné acende o artefato e o arremesa na sede do consulado. Logo em seguida, o autor do ataque foge do local correndo.
Ninguém se feriu no ataque e o artefato danificou parcialmente o portão do consulado.
Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo analisadas para tentar identificar o autor do ato.
“A ocorrência está a cargo da 10ª DP (Botafogo). Exames periciais foram realizados pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e pelo Esquadrão Antibomba", informa a Polícia Civil neste sábado.
"Agentes requisitaram e analisam imagens de câmeras de monitoramento que registraram a ação para identificar o autor”, acrescentou.
Testemunhas do ataque também estão sendo ouvidas na investigação para ajudar na identificação do autor e sua motivação.
A Polícia Federal foi acionada, mas uma fonte da PF disse que o caso deve ficar a cargo da Polícia Civil do Rio.
O consulado emitiu nota repudiando o ataque, que classificou como "um grave ato de violência", e pedindo pronta e detalhada investigação sobre o caso.
”A missão pede investigação minuciosa sobre o ataque, a punição do culpado nos termos da lei e medidas cabíveis para evitar que incidentes similares voltem a ocorrer”, diz a nota.
O consulado destacou que ações isoladas não vão afetar as boas relações entre brasileiros e chineses.
“O desenvolvimento sem sobressalto das relações sino-brasileiras corresponde aos interesses essenciais dos dois países. Não terá sucesso qualquer conspiração de pouquíssimas pessoas em destruir a amizade China-Brasil", continua o comunicado.
"Esperamos e temos a convicção de que o governo brasileiro tomará medidas concretas para proteger esta missão consular e seu pessoal, como prevê a Convenção de Viena sobre Relações Consulares, garantindo a segurança e a integridade das instalações e de seu pessoal.”
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas frequentemente integrantes do governo Jair Bolsonaro criticam o regime chinês.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)