👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Polícia de choque se posiciona em acampamento de apoiadores de Bolsonaro após invasão

Publicado 09.01.2023, 09:51
Atualizado 09.01.2023, 09:55
© Reuters. Manifestante bolsonarista reage à presença de forças de segurança em acampamento na frente de QG do Exército, em Brasília
09/01/2023
REUTERS/Amanda Perobelli

Por Anthony Boadle e Sergio Queiroz

BRASÍLIA (Reuters) - Forças de segurança se posicionaram em um acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília nesta segunda-feira, um dia depois que manifestantes provocaram o pior ataque às instituições democráticas do Brasil desde seu retorno à democracia na década de 1980.

Centenas de policiais em equipamento de choque e alguns a cavalo se reuniram no acampamento perto do quartel-general do Exército de Brasília, enquanto os soldados da área se retiraram, disseram testemunhas da Reuters, após a invasão de domingo por milhares de apoiadores de Bolsonaro do Congresso, da Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rival de Bolsonaro que assumiu o cargo em 1º de janeiro após uma vitória apertada nas eleições de outubro, prometeu levar os responsáveis pela violência à Justiça, depois que manifestantes quebraram janelas e móveis, destruíram obras de arte e roubaram armas e artefatos .

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, juntou-se a outros líderes mundiais para condenar os ataques, chamando-os de "ultrajantes", enquanto Bolsonaro, que agora está na Flórida, negou incitar seus apoiadores e disse que os manifestantes "passaram dos limites".

Além de afastar o governador do DF por 90 dias na noite de domingo, o ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou as redes sociais Facebook (NASDAQ:META), Twitter e TikTok a bloquear contas de usuários que divulgarem propaganda antidemocrática.

A Meta, dona do Facebook, disse nesta segunda-feira que está removendo conteúdo que apoia ou exalta os ataques de domingo às sedes dos Três Poderes. Telegram, TikTok, Twitter e YouTube não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Lula decretou intervenção federal na segurança pública da capital e prometeu punição exemplar para os líderes do ataque "fascista" destinado a provocar um golpe militar que pudesse devolver Bolsonaro ao poder.

"Todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e serão punidas", disse Lula a repórteres em São Paulo.

Lula culpou Bolsonaro por incitar seus apoiadores após uma série de acusações infundadas sobre fraude eleitoral ao fim do seu governo, marcado por um populismo nacionalista divisivo.

Da Flórida, para onde Bolsonaro viajou 48 horas antes do término de seu mandato, o ex-presidente rejeitou a acusação. Ele disse no Twitter que manifestações pacíficas são democráticas, mas a invasão de prédios públicos "fogem à regra".

O ataque levantou questionamentos entre aliados de Lula sobre como as forças de segurança do DF estavam tão despreparadas e facilmente dominadas por invasores que haviam discutido planos por dias nas redes sociais sobre se encontrarem para manifestações no fim de semana.

A invasão, que lembra o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, há dois anos, foi condenada por líderes mundiais, do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a líderes europeus e chefes de Estado latino-americanos.

"Os ataques violentos às instituições democráticas são um ataque à democracia que não pode ser tolerado", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, nesta segunda-feira. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, condenou qualquer tentativa de minar a transferência pacífica de poder.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia condena "nos termos mais fortes" as ações daqueles que instigaram a desordem.

CENTENAS DE INVASORES PRESOS

A polícia retomou controle dos prédios públicos danificados em Brasília depois de três horas e dispersou a multidão com gás lacrimogêneo.

O ministro da Justiça, Flavio Dino, disse que todas as pessoas que participaram das invasões aos edifícios-sede dos Três Poderes em Brasília, que ele chamou de atos "terroristas", serão presas e enfrentarão penas que podem ultrapassar os 20 anos.

Dino disse que as investigações buscarão descobrir quem financiou as várias centenas de ônibus que levaram apoiadores de Bolsonaro a Brasília.

A invasão dos prédios públicos vinha sendo planejada há pelo menos duas semanas por apoiadores de Bolsonaro em grupos nas redes sociais como Telegram e Twitter, mas não houve movimento das forças de segurança para impedir o ataque, chamado por um grupo de "a apreensão do poder pelo povo".

Mensagens vistas pela Reuters ao longo da semana mostraram integrantes desses grupos organizando pontos de encontro em diversas cidades pelo país, de onde sairiam ônibus fretados para Brasília, com a intenção de ocupar prédios públicos.

O plano incluía acampar em frente ao quartel-general do comando do Exército, onde os manifestantes estavam acampados desde que Lula venceu a eleição em outubro por uma margem apertada.

© Reuters. Manifestante bolsonarista reage à presença de forças de segurança em acampamento na frente de QG do Exército, em Brasília
09/01/2023
REUTERS/Amanda Perobelli

No início da tarde de domingo, quando os protestantes começaram a chegar à Esplanada de Brasília, em vez de serem contidos, foram escoltados por viaturas da Polícia Militar com sinalizadores luminosos.

A tropa de choque só chegou ao local duas horas após o início das invasões.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu, Gabriel Stardgarter, Gabriel Araujo e Anthony Boadle)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.