Por Philip Pullella
VALLETTA (Reuters) - O papa Francisco disse neste sábado que estava considerando uma viagem para Kiev e fez uma crítica implícita ao presidente russo, Vladimir Putin, pela invasão à Ucrânia, dizendo que um “autocrata” estava fomentando o conflito por causa de interesses nacionalistas.
Francisco fez os comentários primeiro a repórteres no avião que o levava para uma visita de dois dias a Malta, e depois em um discurso duro no palácio presidencial da ilha que deixou pouca dúvida sobre a quem ele se referia.
"Do leste da Europa, da terra do sol nascente, as sombras escuras da guerra se espalharam. Pensávamos que invasões a outros países, selvagens conflitos nas ruas e ameaças atômicas eram memórias obscuras de um passado distante", disse o papa.
Moscou nega estar tentando atingir civis na ação que lançou em 24 de fevereiro, que chama de uma “operação militar especial” não com o objetivo de ocupar território, mas desmilitarizar e “desnazificar” seu vizinho.
Francisco já rejeitou essa terminologia, dizendo que é uma guerra mesmo.
“No entanto, os ventos gélidos da guerra, que trazem apenas morte, destruição e ódio em seu rastro, sopraram poderosamente sobre as vidas de muitas pessoas e afetaram a todos nós”, disse Francisco.
“Mais uma vez, um certo autocrata, infelizmente preso em alegações anacrônicas de interesses nacionalistas, está provocando e fomentando conflitos, enquanto as pessoas comuns sentem a necessidade de construir um futuro que, ou será compartilhado, ou não existirá”, disse, sem mencionar Putin diretamente.