(Reuters) - O primeiro ministro britânico, Boris Johnson, está à beira de enfrentar um desafio à sua liderança, de acordo com a mídia local, após uma reação indignada às alegações de que foram realizadas festas em sua residência oficial durante os lockdowns do coronavírus.
Depois que Johnson negou uma acusação de um ex-conselheiro de que teria mentido ao Parlamento sobre uma festa, o jornal Daily Telegraph e a emissora ITV News disseram, citando fontes, que o número necessário de parlamentares de seu próprio partido pedindo um voto de desconfiança contra o premiê pode ser alcançado na quarta-feira.
Cerca de 20 parlamentares conservadores que ganharam suas cadeiras nas últimas eleições gerais de 2019 planejam apresentar cartas de não confiança contra Johnson, informou o Telegraph.
O gabinete de Johnson não respondeu a um pedido de comentário.
Apenas dois anos atrás, Johnson era o queridinho de seu partido depois de ter obtido a maior maioria conservadora no Parlamento desde Margaret Thatcher em 1987, o que lhe permitiu cumprir com promessas de finalmente retirar o Reino Unido da União Europeia.
Mas a relação está azedando rapidamente sob o impacto de uma série constante de revelações sobre o aparente desprezo de Downing Street pelas rígidas regras do lockdown da Covid-19.
Para desencadear um desafio de liderança, 54 dos 360 parlamentares conservadores no Parlamento devem escrever cartas de não confiança ao presidente do Comitê 1922 do partido.
As cartas são confidenciais, portanto apenas o presidente do comitê sabe quantos legisladores realmente as escreveram.
A mídia britânica noticiou que pelo menos 11 festas ocorreram na residência oficial de Johnson em Downing Street ou em outros escritórios governamentais entre maio de 2020 e abril de 2021, quando as regras da Covid-19 limitavam o número de pessoas que poderiam se reunir socialmente.
(Reportagem de Shivani Tanna e Andrew MacAskill)