Por Kevin Yao e Yew Lun Tian
BOAO, China (Reuters) - O presidente chinês, Xi Jinping, propôs nesta quinta-feira uma "iniciativa de segurança global" que defende o princípio de "segurança indivisível", conceito também endossado pela Rússia, embora não tenha dado detalhes de como a proposta seria implementada.
Durante um discurso em vídeo no evento anual Fórum de Boao para a Ásia, Xi disse que o mundo deve respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países, enquanto presta atenção às preocupações de segurança "legítimas" de todos.
"Devemos defender o princípio da indivisibilidade da segurança, construir uma arquitetura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável e nos opor à construção da segurança nacional com base na insegurança em outros países", disse Xi na reunião na ilha de Hainan, no sul da China.
Nas conversas sobre a Ucrânia, a Rússia tem insistido que os governos ocidentais devem respeitar um acordo de 1999 baseado no princípio de "segurança indivisível" de que nenhum país pode fortalecer sua própria segurança às custas de outros.
A China e a Rússia têm se aproximado cada vez mais, e a China se recusou a condenar a invasão russa à Ucrânia em 24 de fevereiro, a qual Moscou chama de "operação especial" para desmilitarizar o país. A China tem atribuído a crise na Ucrânia à expansão da Otan para o leste.
Analistas notaram que essa é a primeira vez que a China defende uma "segurança indivisível" fora do contexto da crise Rússia-Ucrânia, com implicações sobre ações dos Estados Unidos na Ásia.