Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O presidente do Peru, Pedro Castillo, sobreviveu a uma votação de impeachment no Congresso, na noite de segunda-feira, que ficou aquém dos votos necessários para destituir o líder de esquerda apenas oito meses após sua chegada ao poder.
No total, 55 dos 130 legisladores do Congresso unicameral votaram a favor do impeachment. O Congresso precisava de 87 votos para destituir Castillo.
O resultado evitará uma nova crise política a curto prazo, embora o governo de Castillo enfrente turbulência de qualquer forma, com quatro gabinetes diferentes em menos de um ano no cargo.
Castillo, um ex-professor de uma família de camponeses que ganhou por pouco as eleições do ano passado, tem enfrentado acusações de corrupção, que ele nega fortemente. Ele já havia sobrevivido a uma tentativa de impugná-lo no final do ano passado.
"Infelizmente, uma tentativa de me destituir através do impeachment se tornou o eixo central da agenda política e jornalística desde minha eleição. Isto não pode continuar", disse Castillo em um discurso para os legisladores antes da votação.
Ele disse que não havia violado a lei desde que tomou posse e pediu unidade para lidar com a crise política e econômica, citando a invasão russa da Ucrânia como agravante dos problemas no segundo maior país produtor de cobre do mundo.
"Estou ciente de que todos nós cometemos erros e temos defeitos, mas sou fiel aos meus compromissos, valores e princípios", disse ele. "Membros do Congresso, peço que votem a favor da democracia, votem a favor do Peru, votem contra a instabilidade".
Ainda assim, Castillo está enfrentando uma queda na taxa de aprovação, que está oscilando em torno de 25%, de acordo com uma pesquisa do IEP publicada durante o fim de semana.
O Peru já teve cinco presidentes desde 2016. Em 2018, Pedro Pablo Kuczynski renunciou antes de uma votação de impeachment. Martín Vizcarra foi destituído por processo de impeachment em 2020.