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Promotoria da Justiça Militar pede informações sobre participação de PMs em atos do 7 de setembro

Publicado 24.08.2021, 20:19
© Reuters. 28/06/2020
REUTERS/Amanda Perobelli

Por Anthony Boadle e Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O promotor Flávio Milhomen, da 3ª Promotoria de Justiça Militar, pediu nesta terça-feira à Polícia Militar do Distrito Federal que repasse ao órgão informações de inteligência sobre atos de indisciplina e contra o regime democrático entre policiais militares da ativa e da reserva, depois que foram divulgadas na mídia ações em grupos de PMs com ameaças à democracia.

No ofício, endereçado ao comandante-geral da Policia Militar do DF, Márcio Vasconcelos, Milhomem relata casos divulgados pela imprensa de grupos de PMs do Rio de Janeiro e de São Paulo que se organizam para participar da manifestação de 7 de setembro organizada por grupos bolsonaristas.

"Segundo a apuração jornalística, praças e oficiais da ativa e da reserva falam em 'exigir' o poder, luta contra o comunismo e retirada dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal)", diz o ofício do promotor.

Milhomem cita ainda um vídeo que circula das redes sociais do coronel reformado do Corpo de Bombeiros Davi Azim, do Ceará, convocando apoiadores para "adentrar ao STF e ao Congresso" no dia 7 de setembro, e o caso do afastamento do o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7)de São Paulo, coronel Aleksander Lacerda, pelo governador João Doria (PSDB).

Em suas redes sociais, Lacerda chamava para as manifestações em meio a críticas pesadas a Doria, parlamentares e ao STF.

"Em face dos fatos narrados nos referidos órgãos de imprensa, o Ministério Público requisita informações quanto às medidas que serão adotadas relativas ao policiamento da Praça dos Três Poderes e, em especial, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, no feriado de 7 de setembro de 2021", diz o ofício.

© Reuters. 28/06/2020
REUTERS/Amanda Perobelli

A participação de PMs nos atos bolsonaristas acenderam o alerta entre governadores. As manifestações, que começaram como atos pelo voto impresso, descambaram, nas redes sociais, para ataques diretos ao STF, com ameaças de invasão da corte e também do Congresso, propostas de parar o país até que ministros sejam afastados da corte e pedidos de intervenção militar e golpe.

O tema foi parte das discussões dos governadores em uma reunião de segunda-feira, sob o temor de que as PMs possam acabar como massa armada do bolsonarismo para uma tentativa de ruptura institucional.

"Com efeito, faz-se mister reafirmar o compromisso dos governadores no sentido de zelar para que a missão das policias estaduais ocorra nos limites constitucionais e da lei, como se tem verificado na história do país desde a promulgação da Constituição de 1988", diz a ata da reunião divulgada nesta terça-feira.

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