Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Recordes são feitos para serem quebrados, disse o rei do salto em altura e ídolo internacional Javier Sotomayor, sorrindo, com óculos escuros enquanto o forte sol do Caribe batia no Estádio Pan-Americano de Havana.
Aos 55 anos, no entanto, o esguio cubano está comemorando a terceira década em que seu salto recorde de 2,45 metros alcançado em competição outdoor em Salamanca, na Espanha, em 1993, permanece inigualável.
Incluindo seu recorde mundial indoor anterior de 2,43m em Budapeste cinco anos antes, Sotomayor contabiliza 35 anos como detentor do recorde mundial, embora o título outdoor sensível ao clima tenha mais peso internacionalmente.
Embora seu recorde esteja em vigor desde Salamanca, não foi por falta de rivais na esperança de arrebatar sua coroa.
"Havia uma competição muito forte entre nós em todas as etapas", disse Sotomayor em entrevista à Reuters. "Eles foram os culpados pelo meu salto de 2,45 metros."
Os culpados incluem o sueco Patrik Sjoberg, que já estabeleceu o recorde mundial com 2,42m, assim como o atleta do Cazaquistão Igor Paklin e o norte-americano Charles Austin, com recordes pessoais de 2,41m e 2,40m, respectivamente.
"Hoje com 2,33 ou 2,34 metros você é medalhista de ouro e medalhista em qualquer competição, seja mundial ou olímpica", disse Sotomayor.
Ainda assim, dois atletas mais jovens ameaçaram sua marca: o catariano Mutaz Essa Barshim com salto de 2,43m em Bruxelas e o ucraniano Bogdan Bondarenko, que saltou 2,42m em Nova York - ambos em 2014, há quase uma década.
Agora secretário da federação de atletismo de Cuba, Sotomayor também aconselha seu filho Jaxier, que saltou 1,99m na Espanha aos 15 anos, e organiza um evento anual de salto em altura infantil em homenagem a seu falecido técnico, José Godoy.
"Sinto-me muito feliz e orgulhoso por ainda ter a glória de ser o recordista mundial depois de tantos anos", afirmou Sotomayor. "Eu vou viver com esse orgulho, e ele vai continuar mesmo depois que alguém me superar."