Por Pavel Polityuk
IZIUM, Ucrânia (Reuters) - A Rússia ampliou seus ataques à infraestrutura civil ucraniana na semana passada após sofrer alguns reveses no campo de batalha e deve expandir ainda mais seu alcance de artilharia, disse o Reino Unido neste domingo.
O Ministério da Defesa britânico disse que os ataques russos à infraestrutura civil, incluindo a rede elétrica e uma barragem, se intensificaram nos últimos sete dias.
"Enquanto enfrenta contratempos nas linhas de frente, a Rússia provavelmente aumentou o número de alvos para atacar na tentativa de minar diretamente a confiança do povo e do governo ucraniano", disse o ministério em uma atualização de inteligência.
Ucranianos que retornaram à região nordeste retomada no avanço relâmpago de Kiev no início deste mês estavam procurando pelos corpos de vítimas enquanto a artilharia russa e os ataques aéreos seguiam atacando alvos no leste da Ucrânia.
Cinco civis foram mortos em ataques russos na região leste de Donetsk no último dia e em Nikopol, mais a oeste, dezenas de prédios residenciais, gasodutos e linhas de energia foram atingidos, disseram governadores locais neste domingo.
No sábado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse em um discurso em vídeo que as autoridades encontraram uma vala comum contendo os corpos de 17 soldados em Izium, alguns dos quais, segundo ele, apresentavam sinais de tortura.
Moradores de Izium estão procurando parentes mortos em uma sepultura na floresta onde equipes de emergência começaram a exumar corpos na semana passada. As causas da morte dos que estavam no túmulo ainda não foram estabelecidas, embora os moradores digam que alguns morreram em um ataque aéreo.
Autoridades ucranianas disseram na semana passada que encontraram 440 corpos nas florestas perto de Izium. Eles disseram que a maioria dos mortos eram civis e as causas da morte não foram estabelecidas.
O Kremlin não comentou a descoberta dos túmulos, mas no passado Moscou negou repetidamente atacar civis deliberadamente ou cometer atrocidades.
(Reportagem de redações da Reuters)