Por Andrew Osborn
(Reuters) - O Ministério da Justiça da Rússia designou na sexta-feira um dos escritores de ficção mais populares do país como um "agente estrangeiro" por causa de sua oposição à guerra de Moscou na Ucrânia.
As narrativas de detetive históricas de Boris Akunin, nome artístico de Grigori Chkhartishvili, nascido na Geórgia, costumavam ser best sellers na Rússia, antes das autoridades se virarem contra ele pelo que afirmaram ser inaceitáveis opiniões anti-Rússia.
O Ministério da Justiça citou a oposição de Chkhartishvili ao que Moscou chama de "operação militar especial" na Ucrânia e o acusou de disseminar informações falsas e negativas sobre a Rússia e de ajudar a arrecadar dinheiro para o Exército ucraniano.
O autor de 67 anos mora no Reino Unido.
Livros de "Boris Akunin" -- mais conhecido pelo seu detetive da era czarista Erast Fandorin -- já foram retirados das prateleiras na Rússia após as autoridades colocarem-no em uma lista de pessoas acusadas de estarem envolvidas em terrorismo ou extremismo.
Chkhartishvili, que não esconde sua oposição à guerra da Rússia na Ucrânia, fez pouco caso da sua designação como agente estrangeiro em uma publicação nas redes sociais.
"Estão escrevendo que fui declarado um agente estrangeiro. Eu, um terrorista e extremista? Eu me sinto como Bin Laden que recebeu uma multa por estacionamento proibido", escreveu.
(Reportagem de Andrew Osborn)