BERLIM (Reuters) - A Rússia, não a Ucrânia, precisa de desnazificação, disse a líder da banda punk anti-Kremlin Pussy Riot, que deixou a Rússia nesta semana disfarçando-se de entregadora de comida, antes de seu grupo iniciar uma turnê contra a guerra.
Em um ensaio para um show na quinta-feira na capital alemã, Berlim, Maria Alyokhina disse que os russos precisam pensar cuidadosamente sobre a guerra.
"Não tenho ideia de qual será o fim dessa reflexão, mas sem isso, o país não tem o direito de existir --como a Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. É a Rússia que deveria passar por uma desnazificação, não a Ucrânia", afirmou ela à Reuters Television.
Também deve haver um julgamento contra o presidente russo, Vladimir Putin, e generais e líderes do Exército, disse ela.
A Rússia chama suas ações na Ucrânia de "operação especial" para desarmar o país e protegê-lo dos fascistas. Nega ter civis como alvo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar a declaração da cantora de que a desnazificação era necessária na Rússia, não na Ucrânia, e que Putin e seus generais deveriam ir a julgamento.
Para ajudá-la a escapar da prisão domiciliar, Alyokhina usou uniforme de entregadora, que sua namorada comprou online, e saiu pela porta dos fundos do prédio em que estava, iludindo a polícia russa do lado de fora, disse ela.
A Pussy Riot está ensaiando uma nova música sobre a guerra, contou Alyokhina.
(Reportagem de Daria Shamonova)