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(Reuters) - Uma análise preliminar concluiu que a Rússia atingiu Kiev na semana passada com o míssil hipersônico Zircon, a primeira vez que usa o dispositivo na guerra de quase dois anos, disse o chefe de um instituto de pesquisa de Kiev na segunda-feira, apresentando um novo desafio para as defesas aéreas da Ucrânia.
Oleksandr Ruvin, diretor do Instituto de Pesquisa Científica de Kyiv para Exames Forenses, disse em seu canal no Telegram que seu instituto concluiu uma análise preliminar de fragmentos de mísseis de um ataque russo em 7 de fevereiro.
Ele incluiu um vídeo de supostos destroços de mísseis mostrando marcas específicas. "Neste caso, vemos elementos que são característicos do míssil 3M22 Zircon. Partes e fragmentos do motor e dos mecanismos de direção têm marcações específicas", escreveu ele.
O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O Zircon tem um alcance de 1.000 km e viaja a nove vezes a velocidade do som, de acordo com a Rússia. Analistas militares afirmaram que sua velocidade hipersônica poderia significar uma grande redução no tempo de reação das defesas aéreas e a capacidade de atacar alvos grandes, profundos e resistentes.
A Rússia disse anteriormente que concluiu os testes do míssil Zircon em junho de 2022, e o presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o Zircon como parte de uma nova geração de sistemas de armas incomparáveis.
Se seu uso na Ucrânia for confirmado, a arma poderá representar um desafio adicional para as defesas aéreas do país em guerra, em meio à incerteza sobre a futura ajuda militar ocidental.
A Rússia realiza ataques aéreos regulares na Ucrânia usando uma série de diferentes mísseis de longo alcance e drones. O Zircon foi inicialmente projetado como uma arma lançada do mar e uma versão lançada do solo foi desenvolvida posteriormente.
A declaração de Ruvin não disse se a arma havia sido disparada da terra ou do mar. As marcas recuperadas dos destroços indicavam que a arma havia sido montada recentemente, disse ele.
O ataque de 7 de fevereiro matou pelo menos cinco pessoas e danificou prédios residenciais e infraestrutura de energia, segundo as autoridades.
(Reportagem de Yuliia Dysa)