Promoção de Cyber Monday: Até 60% de desconto no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Taxa Selic pode subir, mas não por causa do crescimento do emprego e da renda

Publicado 29.10.2024, 13:45

Muito se especula sobre se o Banco Central vai aumentar a taxa Selic na próxima reunião do Copom, agendada para os dias 5 e 6 de novembro, ou se haverá manutenção do percentual atual, de 10,75% ao ano. O fato é que existem sim, componentes econômicos que justificam a elevação da taxa básica de juros, mas no meu entender não é exatamente a questão da demanda como muitos dizem.

Vejamos. O último levantamento do IBGE sobre produção industrial, divulgado no início de outubro, mostra que a produção industrial cresceu 0,1% em agosto. Número positivo, mas irrisório se considerarmos que em julho o resultado do mesmo setor havia sido negativo em 1,4%. Ou seja, caiu para depois ter uma pequena recuperação. O percentual, aliás, ficou dentro das projeções do mercado.

No geral, a economia demonstra estar caminhando bem. A taxa de emprego continua elevada, o que eleva o poder de compra da população. E diversos analistas de mercado demonstram preocupação justamente com isso: o aumento do emprego e da renda que em tese aumentaria o consumo fazendo a inflação aumentar.

E se existe essa possibilidade de aumento dos preços, certamente o Banco Central vai elevar a taxa de juros, o remédio mais ortodoxo que existe para evitar a disparada dos preços. Teoricamente não está errado. A demanda alta pode sim influenciar na elevação inflacionária, mas se ficarmos presos somente a este componente, além de nós, analistas de mercado, aumentarmos a margem de erro em nossas previsões, o país em si ficará preso em um círculo nada virtuoso que simplesmente o impedirá de crescer.

Reforço aqui que o componente “inflação de demanda”, que está ligado ao consumo, está ligado à produção industrial, está ligado ao emprego e está ligado inclusive à própria inflação, é sim, importante, fundamental, mas não foi o que fez a taxa de juros voltar a subir. Nem é o que fará ela subir de novo na reunião de novembro.

O verdeiro responsável pela elevação da Selic e pelo viés de alta do momento é o componente monetário. Como o Tesouro Nacional explica em seu site, “dívida Pública Federal (DPF) refere-se a todas as dívidas contraídas pelo Governo Federal para financiamento do seu déficit orçamentário, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, e para outras operações com finalidades específicas, definidas em lei”.

Para conter esse déficit, o Banco Central se vê obrigado a emitir títulos do Tesouro, papéis comerciais e certificados de depósitos. Como a dívida é crescente, aumenta o risco país e obriga o BC a aumentar os juros para tornar esses títulos mais interessantes para os investidores. Então, temos de ficar de olho nesse déficit para a gente entender qual pode ser a próxima decisão do Copom e do Banco Central. Eu, particularmente, acredito na manutenção da taxa ou até em um novo aumento. Mas certamente o aumento da demanda não é o principal fator para a alta.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.