Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A senadora e pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB-MS) disse nesta quarta-feira que será a "adulta na sala" na disputa ao Palácio do Planalto, destacando que pretende romper a polarização com o diálogo e que aposta em receber o apoio do PSDB.
Em entrevista coletiva em Brasília, Tebet disse que não vai fazer campanha baseada em ataques a adversários. "Não vamos entrar nisso. Se minha candidatura servir para colocar uma adulta na sala, estarei lá para dizer, 'menos'", disse ela.
Ao lado dos presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do Cidadania, Roberto Freire, a senadora agradeceu o apoio das duas legendas e se mostrou confiante de conseguir o apoio do PSDB para concorrer à Presidência em outubro.
Na segunda-feira, o ex-governador de São Paulo e pré-candidato tucano ao Planalto, João Doria, desistiu de concorrer em meio à pressão dentro do próprio PSDB para que abdicasse diante dos baixos índices de intenção de voto registrados até o momento.
Tebet disse que espera contar até a próxima semana com o PSDB na sua campanha presidencial, exaltando que a legenda "sempre esteve conosco". Por ora, o MDB e o Cidadania sinalizam formalizar apoio à pré-candidata, mas é preciso um aval das direções partidárias.
Em meio a resistências dentro do próprio MDB para decolar a sua candidatura, a senadora admitiu que não tem a unanimidade do partido, mas se mostrou confiante de que terá a unanimidade na convenção partidária que poderá chancelar o seu nome.
A parlamentar disse que a atual eleição é diferente das demais e, sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), os líderes nas pesquisas, disse que as pessoas estariam fazendo uma escolha pelo "menos pior". Segundo ela, é muito fácil tirar votos dessas franjas.
"Temos condições de conquistar metade dos votos dos dois que despontam nas pesquisas", disse ela, ao apostar no eleitorado feminino e considerar que a campanha mal começou, que as pessoas estão preocupadas com outras questões como a fome.
Autointitulada candidata do chamado "centro democrático", que seria uma espécie de terceira via aos dito extremos, Tebet tem aparecido nas pesquisas com apenas 1% ou 2% das intenções de voto na corrida presidencial.