Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As mortes por uma onda de violência no complexo de favelas do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), subiram para ao menos 10 desde o fim de semana, informou a polícia fluminense nesta terça-feira.
Além da morte de um sargento da polícia no sábado em um suposto ataque de criminosos e dos oito corpos encontrados por moradores em um manguezal na segunda-feira após uma operação policial, uma nova morte foi contabilizada pela polícia. Segundo a Polícia Militar, o morto teria participado do ataque que matou o sargento.
“Uma equipe do Samu foi acionada ao Salgueiro por conta de um indivíduo ferido, e criminosos armados obrigaram a retirada deste do local. O homem foi a óbito e reconhecido por policiais do 7ºBPM como um dos envolvidos no ataque criminoso à guarnição no sábado“, informou a PM em nota.
A morte do agente de segurança foi seguida de uma série de operações da PM no local. Um clima de tensão e medo tomou conta do conjunto de sete favelas, onde vivem cerca de 60 mil pessoas na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Na segunda-feira, oito corpos foram encontrados por moradores do Salgueiro após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar fluminense no local.
Segundo a polícia, das oito vítimas, sete foram identificadas, e cinco tinham antecedentes criminais. As vítimas usavam roupas camufladas.
Nas redes sociais, moradores da comunidade afirmaram que o número de mortos pode ser maior. Parentes das vítimas disseram que há suspeita de tortura em alguns dos corpos e alegam que havia marcas de facadas e tiros.
A polícia nega que tenha ocorrido excessos ou maus tratos na ação no complexo do Salgueiro.
Defensoria Pública, Ministério Público, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanham de perto o caso.