BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O processo de transição de governo deve dar mais um passo adiante na terça-feira, quando deve ser anunciada parte da equipe que participará do processo, enquanto o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice Geraldo Alckmin desembarcam em Brasília para agendas com autoridades.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que participou da campanha de Lula de maneira muito ativa, afirmou que a ideia da equipe do petista é ter uma definição dos nomes da comissão de transição na terça-feira. Parte deles, informou a assessoria de comunicação de Lula, já deve ser anunciada no próprio dia.
"Amanhã o vice-presidente Alckmin e o presidente devem vir para cá, vir para Brasília, e devem começar a instalação dos trabalhos aqui", disse Randolfe a jornalistas em Brasília.
Segundo ele, Lula, Alckmin, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante, passaram o dia em reunião em São Paulo debatendo os nomes, entre outros pontos.
Randolfe relatou ainda que os 10 partidos que formalmente apoiaram a candidatura de Lula desde o primeiro turno já apresentaram suas sugestões de nomes para integrar o grupo de transição.
Outras duas siglas, MDB e PSD --que liberaram seus correligionários no segundo turno e que tiveram nomes de destaque como a senadora Simone Tebet (MS) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, envolvidos diretamente na campanha de Lula--, também podem compor a equipe de transição, já que estão previstas conversas de seus presidentes com Gleisi.
Randolfe fez questão de frisar que os nomes da transição não serão, necessariamente, ministros do próximo governo.
"Nenhum dos nomes que consta na transição vinculadamente irá assumir qualquer cargo eventual no governo futuro. Isso foi deixado claro pelo presidente, pelo vice-presidente e pela deputada Gleisi", reforçou.
Sobre o perfil do ministério a ser montado, o senador avaliou que irá refletir "a pluralidade das forças políticas" que ajudaram a candidatura, sem deixar de lado a "identidade técnica".
MALAS PRONTAS
Ainda de acordo com Randolfe, Alckmin deve chegar primeiro a Brasília, pela manhã. Lula irá depois --na noite da terça ou na quarta, segundo a assessoria-- e já tem agenda cheia a partir de quarta.
Na lista de audiências estão os presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber. Também está aberta a possibilidade de encontro com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Depois do périplo por Brasília, Lula embarcará para o Egito, onde deve chegar no dia 14 para vai participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27).
O petista foi convidado a integrar a comitiva do governador do Pará, Helder Barbalho, em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, e aproveitará o evento para reforçar ao mundo seu compromisso com a agenda ambiental
(Reportagem Reportagem de Maria Carolina Marcello, em Brasília, e Fernando Cardoso, em São Paulo)