Por Shady Amir
DOHA (Reuters) - Graças a Walid Regragui, o técnico que fez do Marrocos a primeira equipe árabe a chegar às quartas de final da Copa do Mundo, o abacate pode se tornar a fruta favorita do país.
Quando a nomeação de Regragui, após a saída do bósnio Vahid Halilhodzic, foi anunciada em agosto, analistas desapontados rotularam o treinador de "cabeça de abacate" como um termo depreciativo.
Mas o técnico de cabeça raspada, que provocou os críticos no torneio do Catar segurando um abacate com uma bola de futebol dentro e apontando o dedo para a cabeça, mais do que provou suas credenciais.
O anteriormente desconhecido Regragui, que levou o Wydad Casablanca aos títulos da liga marroquina e da Liga dos Campeões da CAF na última temporada, orquestrou uma vitória história contra a poderosa Espanha nas oitavas de final na terça-feira.
Com vitórias sobre Bélgica e Canadá ainda na fase de grupos, Regragui já havia se tornado o primeiro técnico árabe a levar uma seleção às oitavas de final.
"Eu disse (aos meus jogadores) que deveríamos estar orgulhosos de nós mesmos", disse Regragui. "É uma oportunidade que não pode se repetir. Infelizmente não joguei a Copa do Mundo. Deus agora me deu a oportunidade de fazer história como técnico. Sou a pessoa mais feliz do mundo", disse.
"Acho que os africanos podem ir longe, por que não sonham em ganhar a taça? Queremos que a próxima geração ouse sonhar."
Regragui contou com a habitual mistura do estilo norte-africano, conjugando uma defesa empenhada com contra-ataques comandados por Hakim Ziyech, que regressou à seleção nacional quando Regragui substituiu Halilhodzic.
Mas a importância de Regragui vai muito além das táticas de campo. Ele dá confiança à sua equipe e os motiva à sua maneira única.
"Lutamos e deixamos o povo marroquino feliz. Fizemos história e o Marrocos merece. O povo marroquino nos uniu em campo", disse Regragui ao Bein Sports.
(Reportagem de Shady Amir)