Por Phil Stewart e Steve Holland e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Três militares norte-americanos foram mortos e dezenas ficaram feridos durante um ataque de drones aéreos não tripulados contra as forças dos Estados Unidos no nordeste da Jordânia, perto da fronteira com a Síria, disseram o presidente Joe Biden e autoridades do país no domingo.
Biden culpou grupos apoiados pelo Irã pelo ocorrido, o primeiro ataque mortal contra as forças dos EUA desde que a guerra Israel-Hamas estourou em outubro.
"Embora ainda estejamos reunindo os fatos desse ataque, sabemos que ele foi realizado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque", disse Biden em um comunicado.
Pelo menos 34 pessoas estavam sendo avaliadas por possíveis lesões cerebrais traumáticas, disse uma autoridade dos EUA à Reuters, falando sob condição de anonimato. Duas autoridades diferentes disseram que alguns soldados norte-americanos feridos foram evacuados da base para receber tratamento médico.
Duas autoridades norte-americanas disseram que o drone atacou perto do quartel no início da manhã, o que poderia explicar o alto número de vítimas.
A Resistência Islâmica no Iraque, uma organização guarda-chuva de grupos militantes de linha dura apoiados pelo Irã, reivindicou ataques a três bases, incluindo uma na fronteira entre a Jordânia e a Síria.
O ataque agrava a situação já tensa no Oriente Médio, onde a guerra eclodiu em Gaza após o ataque do grupo islâmico palestino Hamas a Israel em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas. O ataque subsequente de Israel a Gaza matou mais de 26.000 palestinos, de acordo com o ministério da saúde local.
Desde então, as forças dos EUA foram atacadas mais de 150 vezes por grupos apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria, causando pelo menos 70 vítimas antes do ataque deste domingo, a maioria delas com lesões cerebrais.
Os navios de guerra dos EUA também foram alvejados pelas forças Houthi apoiadas pelo Irã no Iêmen, que atacam regularmente navios comerciais que passam pelas águas do Mar Vermelho na costa do Iêmen.
Embora os Estados Unidos tenham mantido até agora uma linha oficial de que Washington não está em guerra na região, eles têm retaliado os grupos apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria e realizado ataques contra as capacidades militares Houthi do Iêmen.
"Manteremos compromisso de combater o terrorismo. E não tenham dúvidas - responsabilizaremos todos os responsáveis no momento e da maneira que escolhermos", disse Biden em sua declaração divulgada pela Casa Branca.