Por Emma Pinedo e David Latona
MADRI (Reuters) - O Supremo Tribunal da Espanha impôs uma ordem de restrição para impedir que o ex-presidente da federação de futebol Luis Rubiales se aproxime da jogadora da seleção Jenni Hermoso, nesta sexta-feira, quando ele compareceu ao tribunal em uma investigação por agressão sexual por tê-la beijado na boca.
O incidente, que ocorreu na cerimônia de entrega de medalhas após a conquista da equipe feminina da Espanha na Copa do Mundo em Sydney, na Austrália, em 20 de agosto, provocou um furor sobre sexismo no esporte e na sociedade espanhola e gerou protestos semelhantes ao movimento "Me Too".
Rubiales, de 46 anos, insiste que o beijo foi consensual, enquanto Hermoso diz que foi forçado.
A ordem impede que Rubiales tente entrar em contato com Hermoso ou se aproxime a menos de 200 metros dela, de acordo com uma declaração do tribunal. O juiz Francisco de Jorge rejeitou um pedido da promotoria para que Rubiales se apresentasse ao tribunal a cada duas semanas.
Vestido com um terno preto e uma camisa branca, Rubiales deixou o Supremo Tribunal em Madri com sua advogada Olga Tubau após uma audiência de investigação a portas fechadas que durou cerca de uma hora. Ele não falou com a mídia que aguardava do lado de fora.
Durante o depoimento, Rubiales negou as acusações, de acordo com uma declaração da promotoria.
Depois de semanas resistindo aos apelos de jogadores, políticos e grupos de mulheres para que renunciasse ao cargo de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rubiales anunciou a saída do cargo em 10 de setembro.
Enquanto ele estava no tribunal, a mídia local informou que as jogadoras, incluindo a equipe vencedora da Copa do Mundo, planejam continuar seu boicote à seleção nacional até que haja mais mudanças na estrutura da federação.
(Reportagem de Emma Pinedo, Fernando Kallas, David Latona, Marco Trujillo, Elena Rodriguez e Michael Gore)