Por Pavel Polityuk e Max Hunder
KIEV (Reuters) - Forças ucranianas ainda estavam resistindo em Sievierodonetsk nesta terça-feira, suportando o ataque da Rússia para capturar um local que Moscou definiu como objetivo principal de sua invasão nos últimos dias.
Ambos os lados disseram que as forças russas agora controlam entre um terço e metade da cidade. Os representantes separatistas da Rússia reconheceram que capturá-la estava demorando mais do que o esperado, apesar de um dos maiores ataques terrestres da guerra.
Analistas militares ocidentais dizem que Moscou retirou pessoal e poder de fogo do resto do front para se concentrar em Sievierodonetsk, esperando que uma grande ofensiva na pequena cidade industrial produza algo que a Rússia possa chamar de vitória em um de seus objetivos declarados no leste.
"Já podemos dizer que um terço de Sievierodonetsk está sob nosso controle", disse Leonid Pasechnik, líder do grupo separatista República Popular de Luhansk, pró-Moscou, segundo a agência de notícias estatal russa Tass.
Os combates estavam acontecendo na cidade, mas as forças russas não estavam avançando tão rapidamente quanto se esperava, disse ele, alegando que as forças pró-Moscou queriam "manter a infraestrutura da cidade" e estavam se movendo lentamente por causa da cautela em torno das fábricas de produtos químicos.
O chefe ucraniano da administração municipal, Oleksandr Stryuk, afirmou que os russos agora controlam metade da cidade.
"Infelizmente... a cidade foi dividida ao meio. Mas, ao mesmo tempo, a cidade ainda se defende. Ainda é ucraniana", disse ele, aconselhando aqueles que ainda estão presos no interior a ficarem em porões.
A Ucrânia diz que a Rússia destruiu toda a infraestrutura crucial da cidade com um bombardeio implacável, seguido de onda após onda de ataques terrestres em massa envolvendo um grande número de vítimas.
Milhares de moradores continuam presos. As forças russas estão avançando em direção ao centro da cidade, mas lentamente, e não conseguiram cercar os defensores ucranianos que se mantinham lá.
O governador regional, Serhiy Gaidai, disse à televisão ucraniana que não parece haver risco de as forças ucranianas serem cercadas, embora possam ser forçadas a recuar através do rio Siverskiy Donets até Lysychansk, a cidade gêmea na margem oposta.
Stryuk, chefe da administração da cidade, disse que a retirada de civis não é mais possível. As autoridades cancelaram os esforços para retirar os moradores após um ataque na segunda-feira que matou um jornalista francês.
Jan Egeland, secretário-geral da agência de ajuda do Conselho Norueguês para Refugiados, que há muito operava em Sievierodonetsk, disse estar "horrorizado" com a destruição.
"Tememos que até 12.000 civis permaneçam no meio do fogo cruzado na cidade, sem acesso suficiente a água, comida, remédios ou eletricidade. O bombardeio quase constante está forçando os civis a buscar refúgio em abrigos antiaéreos e porões, com poucas oportunidades para aqueles que tentam escapar."