Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, deu prazo de cinco dias para que o ex-presidente Jair Bolsonaro explique um vídeo divulgado temporariamente em sua rede social que questionava as urnas eletrônicas poucos dias após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília por bolsonaristas radicais.
No vídeo, que ficou ao ar por poucas horas entre os dias 10 e 11 de janeiro, dizia-se falsamente que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não havia sido eleito pelo povo, mas sim escolhido em um suposto conluio entre de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Supremo Tribunal Federal (STF).
Gonçalves tomou a decisão no âmbito de uma ação movida pela coligação encabeçada por Lula ao TSE, a qual acusa Bolsonaro de uso indevido dos meios de comunicação social e abuso de poder político ao questionar o sistema eleitoral.
"Ante o exposto, determino a intimação dos réus, para que se manifestem, no prazo de defesa (cinco dias a contar da citação), sobre os fatos articulados na petição", disse Gonçalves, que pediu para a Secretaria Judiciária atualizar o endereço de Bolsonaro --que está nos Estados Unidos-- para citá-lo.
Bolsonaro é alvo de 16 pedidos de investigação no TSE. Aliados do ex-presidente receiam que ele possa ser condenado em uma delas e se tornar inelegível, segundo duas fontes do PL, partido do ex-presidente, o que poderia atrapalhar os planos de expansão do partido nas eleições municipais em 2024 e também impediria uma nova candidatura de Bolsonaro em 2026.