BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado que será necessário discutir o preço da carne oferecida aos brasileiros.
Em comício em Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, o petista questionou o fato de os brasileiros terem dificuldade para comprar carne em uma país que é potência na produção do item.
"Não é possível o Brasil ser o primeiro produtor de carne do mundo e alguém ter que ficar na fila do açougue pegando osso. Não. O que eu quero é que vocês possam entrar no açougue e comprar carne", disse Lula no ato em São Paulo.
"Por isso nós vamos ter que discutir o preço da carne nesse país. Nós vamos ter que discutir se vai continuar só exportando ou se vai deixar um pouco para nós comermos", acrescentou.
As vendas externas de carne bovina in natura alcançaram um novo recorde mensal em agosto, com 203,23 mil toneladas, mostraram os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), versus 181,6 mil toneladas enviadas ao exterior um ano antes. A indústria frigorífica nacional passa por um momento de ampla demanda no mercado internacional, principalmente por parte da China e dos Estados Unidos.
Lula aproveitou o discurso no evento deste sábado para comentar pesquisa Datafolha divulgada na véspera. O levantamento foi realizado na quinta e na sexta-feira, após os eventos em comemoração ao Bicententário da Independência que acabaram ganhando ar eleitoral ao levar às ruas apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
O petista continua na primeira posição e manteve-se estável em 45% das intenções de voto em relação a sondagem de 1º de setembro, enquanto Bolsonaro oscilou 2 pontos para cima e chegou a 34%.
"Ontem saiu mais uma pesquisa de opinião publica", disse Lula, ao explicar porque fazia uma reverência e um agradecimento à plateia.
"Vocês continuam me dando 45% de voto. E vocês podem ter certeza que o Bolsonaro não dormiu ontem, porque a quantidade de dinheiro que ele está gastando... tudo com medo que a gente ganhe", continuou.
"Eu quero que ele saiba que ele pode dar o dinheiro do mundo, que ele não vai comprar a consciência de 215 milhões de brasileiros."
(Reportagem de Maria Carolina Marcello, edição de Bernardo Caram)